O ex-governador Cid Gomes (PDT) se reuniu com aliados políticos, no ultimo sábado (30), no apartamento do empresário Júlio Ventura Neto, e o principal assunto na mesa foi a sua desistência de disputar uma cadeira no Senado. Julinho tenta convencer o pedetista a manter a candidatura e colocá-lo como seu primeiro suplente.

Júlio Ventura argumenta que, uma vez eleito, Cid terá direito ao foro privilegiado e ficará longe das grades, mas o ex-governador discorda e teme ser preso meses após tomar posse, passando ainda por um duro processo de cassação de mandato no Senado. O pedetista sabe que não conta com a simpatia dos parlamentares em Brasília.

Caso o temor de Cid se concretize, seu mandato de oito anos no Senado cairia no colo de seu primeiro suplente, cargo que Júlio Ventura tanto articula para si.

Na mira da Justiça

Cid está na mira da Justiça com o avançar das investigações sobre a delação de Wesley Batista, da JBS, que afirmou ter pagado R$ 25 milhões em propina ao ex-governador para liberação de R$ 110 milhões em créditos da empresa retidos junto ao Governo do Ceará, em 2014, último ano de mandato do Ferreira Gomes.

A situação ficou ainda mais grave após a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF) parecer confirmando o pagamento de propina de Wesley a Cid.