O ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) César Asfor Rocha afirmou, no mês passado, em depoimento no inquérito que apura denúncia de obstrução da Justiça envolvendo caciques do PMDB, que o ex-presidente José Sarney pediu-lhe desculpas por tê-lo citado nas gravações do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

Nas gravações de Machado, Sarney se refere a Asfor como “nosso cúmplice” junto ao ex-ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF) até sua morte, em um acidente de avião no começo deste ano.

Segundo Asfor, Sarney ficou preocupado com a citação e pediu perdão por telefone. “Ele me ligou quatro ou cinco vezes para saber como eu estava”, afirmou. A investigação da Polícia Federal tem por base as gravações de Sérgio Machado com caciques do PMDB, entre eles o então ministro do Planejamento, senador Romero Jucá.

Na ocasião, Jucá defendeu o impeachment de Dilma Rousseff e a ascensão de Michel Temer para “estancar a sangria” da Lava em um “grande acordo nacional com o STF”.