Delegacias de Polícia voltam a registrar superlotação de presos na Grande Fortaleza

Cerca de 700 detentos aguardam transferência das DPs para os presídios

As delegacias de Caucaia e Maracanaú são as mais afetadas com a superlotação de presos

08/11/18 8:43

Cerca de 700 presos que deveriam estar nas unidades do Sistema Penitenciário permanecem superlotando os xadrezes das delegacias da Polícia Civil do Ceará. A situação de dezenas de detentos é grave. A transferência deles para os presídios não tem data definida, pois não há vagas disponíveis nas unidades carcerárias. Na Grande Fortaleza, as delegacias metropolitanas de Caucaia e Maracanaú são as mais afetadas com o acúmulo de presos em seus xadrezes.

Segundo o Sindicato dos Policiais Civis do Ceará (Sinpoci), em junho deste ano o governo inaugurou uma nova unidade dentro do Sistema Penitenciário para absorver os presos das delegacias. “Mas, já lotou”, diz o presidente do Sinpol, Lucas Oliveira. Segundo ele denuncia, há três semanas que não acontecem transferências de presos das delegacias para os presídios e isso agravou o problema.

Já a Secretaria da Justiça e da Cidadania (Sejus), responsável por administrar o Sistema Penitenciário do Ceará, informa que, desde o começo do ano, os presídios da Região Metropolitana de Fortaleza registraram a entrada de 6.825 presos oriundos das delegacias. E confirmou que existe uma “fila de espera” que já está em cerca de 700 presos.

Facções

A Sejus informou, ainda, que em Fortaleza e municípios vizinhos, 23 delegacias da Polícia Civil tiveram suas carceragens desativadas com a transferência de todos os detentos para as unidades do Sistema Penitenciário.

O presidente do Conselho Penitenciário do Ceará (Copen), advogado Cláudio Justa, afirma que a presença ou permanência de presos nas delegacias contribui para constantes fugas. Ele ressalta que a ação de organizações criminosas (facções) nos presídios impede a transferência de presos de grupos rivais de uma unidade para outra. “Isso tem interferido diretamente na oferta de vagas nos presídios”, explica.

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