Assassinato de mulheres no Ceará cresceu 346% em apenas 66 dias de 2018
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Assassinato de mulheres no Ceará cresceu 346% em apenas 66 dias de 2018

Nada menos que 116 mulheres foram mortas neste ano no Ceará, contra 26 casos em igual período de 2017. O Estado do Ceará não cumpre a sua própria Constituição, pois deveria contar com 27 Delegacias de Defesa da Mulher e só há 10

A violência contra a mulher é mais uma faceta da alta criminalidade no estado do Ceará

08/03/2018 8:52

No Dia Internacional da Mulher, o Ceará tem pouco o que comemorar. Os índices de violência contra as mulheres no Estado só aumentam, acompanhando a escalada da criminalidade em geral que atinge a população e que gerou 5.144 mortes no ano passado, recorde histórico. Neste começo de 2018, em apenas 66 dias, nada menos que 116 mulheres foram assassinadas, contra 26 em igual período de 2017, o que representa um aumento da ordem de 346,1%. O número de delegacias voltadas para o atendimento às vítimas de agressões e ameaças é aquém do que determina a Lei. A mais recente vítima dessa violência se chamava Jeane Ferreira da Silva, tinha 32 anos de idade e, segundo seus familiares, era usuária de drogas. Na noite desta quarta-feira (6), a vida de Jeane foi ceifada bruscamente. Cinco tiros foram disparados à queima-roupa contra ela. O crime ocorreu na Rua Visconde do Rio Branco, ao lado da Cidade da Criança, em pleno Centro de Fortaleza. O assassinato ocorreu por volta de 23 horas, segundo a Polícia. Ainda com vida, Jeane foi levada numa ambulância do Samu ao Instituto Doutor José Frota (IJF-Centro), onde morreu ainda na Sala de Emergência. Ninguém foi preso, mas a suspeita da Polícia é de que o crime tenha sido uma cobrança de dívidas do tráfico. Desaparecidas Assim como Jeane, outras 115 mulheres foram assassinadas nos primeiros 66 dias de 2018. Somente em janeiro, foram 56 assassinatos. Em fevereiro, outros 42. No mês de março, já são 18 casos, contando com a morte de Jeane e de outras três jovens cujos corpos ainda não foram encontrados. As três garotas, identificadas como Nara Aline Mota de Lima, Darciele Anselmo de Alencar e Ingrid Teixeira Pereira foram seqüestradas na noite da última quinta-feira (1º), em uma residência na Barra do Ceará por bandidos integrantes da facção criminosa Guardiões do Estado (GDE) e levadas em um carro até o mangue do Rio Ceará, do outro lado da ponte sobre o rio, na divisa entre Fortaleza e Caucaia. O local se chama Parque Leblon. Ali, as três foram torturadas e obrigadas a dizer diante da câmera de celulares dos assassinos que estavam “rasgando a camisa” do Comando Vermelho e passando para o lado da GDE.  Mesmo diante do depoimento forçado, elas não tiveram suas vidas poupadas. Acabaram mortas a tiros e degoladas. No vídeo postado nas redes sociais pelos próprios criminosos, um homem aparece carregando nas mãos as três cabeças, que são jogadas na lama do mangue.  As buscas aos corpos continuam. Sem delegacias Além de registrar altíssimos índices de mortes de mulheres, o estado do Ceará não obedece a lei que determina que todos os municípios com população igual ou superior a 60 mil habitantes tenham instalada uma Delegacia de Defesa da Mulher (DDM).  A obrigatoriedade está na própria Constituição Estadual, de 1989, em seu artigo 185. Atualmente, são apenas 10 Especializadas, nas seguintes cidades: Fortaleza, Caucaia, Maracanaú, Pacatuba, Icó, Quixadá, Juazeiro do Norte, Crato, Sobral  e Iguatu. Nessa condição de população, com população igual ou superior a 60 mil habitantes, deveriam também contar com uma DDM mais 17 municípios cearenses. São eles:  Itapipoca, Maranguape, Aquiraz, Quixeramobim, Canindé, Russas, Tianguá, Crateús, Aracati, Cascavel, Pacajus, Icó, Horizonte, Camocim, Acaraú, Morada Nova e Viçosa do Ceará.

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