Em entrevista ao Valor Econômico, o conselheiro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Vicente Aquino, destacou a importância da internet para o desenvolvimento educacional das escolas da rede pública do Brasil. O cearense também comentou sobre os principais desafios da conectividade em escolas que sequer possuem acesso à energia elétrica.

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Atualmente, o Brasil possui 8.365 escolas públicas sem internet, das quais 7.303 estão em área rural. Além disso, há 3.031 sem energia elétrica. A região Norte concentra o maior número de unidades sem conexão de internet no Brasil — 5.432, das quais 5.172 estão em área rural e 2.771 não possuem energia elétrica.

"Além dos pontos sem energia elétrica, é preciso chegar às unidades rurais em áreas remotas, o que muitas vezes torna impossível o atendimento com fibra óptica. Para enfrentar esses desafios, a resposta pode ser dada com torres de transmissão de sinal e painéis solares para a entrega de energia. No nosso projeto piloto, duas das escolas que não tinham força estão sendo atendidas com placas fotovoltaicas", diz.

A expectativa, de acordo com o conselheiro, é que o acesso à internet torne o aprendizado mais acessível, possibilitando a educação à distância e o ensino personalizado. "No entanto, é importante lembrar que nem todo o mundo tem acesso igualitário à internet e que as mudanças na educação em decorrência dela ainda são complexas", pontua.

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Estudos indicam que escolas com melhor infraestrutura e uso dos ativos de tecnologia da informação apresentam um melhor desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). "Isso significa que a internet na rede pública de ensino é essencial para alcançarmos o desenvolvimento da educação e a redução da exclusão digital. Possibilitará que crianças e adolescentes acessem conhecimentos, jogos e conteúdos educativos, complementando a educação formal", avalia.