A tediosa lei da sobrevivência
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Hidrogenio verde e o combustivel do futuro

A tediosa lei da sobrevivência

29/12/2017 7:59

Quatro entre três perguntas feitas a políticos são sobre alianças nas Eleições 2018. Eles desconversam, fazem balanço da gestão, seja no Executivo ou Legislativo, e terminam desejando um próspero ano novo. “Acordão, união etc. só quando chegar mais próximo, porque agora não é hora para isso, que ainda existe muito a ser feito até o momento do eleitor escolher na urna quem sobe e quem cai”, dizem. O discurso é padrão, mas é mentira. Alianças e toda sorte de bijuterias são negociadas neste finzinho de 2017. Eles pensam que nos enganam, querem sobreviver em 2018. Precisam ver como as coisas vão se desenrolar até lá, mas já têm planos A, B, C, D, E, FG... O que desejam mesmo é o poder, independente de coerência, ideologia ou palavras dadas. Dinheiro não é mais o caso, ou porque nunca quiseram ou porque sempre tiveram. Importa é a influência, a possibilidade de articular, de ajudar quem eles acham que precisa de auxílio – geralmente, gente crescida e com dinheiro para resolver os próprios problemas. Os eleitores mais atentos percebem o que está acontecendo, chegam a mangar dos políticos, a debochar, a fazer as piadas mais infames. Enquanto isso, as excelências continuam se enganando. Vivem num mundo paralelo, a Poderlândia, em que é possível dizer o que não se acredita e de batalhar por algo que não é de interesse da maioria. Alianças, conchavos e acordões são comuns na política. É ponto pacífico. Falta aos candidatos de 2018 mais malícia. Se tudo fosse colocado em pratos limpos logo de primeira, sem demora ou joguinhos previsíveis, sobraria mais tensão para o desenrolar dos próximo capítulos. É o segredo das novelas e séries. Ninguém guarda clímax, sob pena de levar a história em banho maria num eterno anticlímax. No final, sobra a decepção do público, que havia vislumbrado o ponto alto no começo e não teve nenhuma surpresa. O jogo que os políticos estão fazendo agora parece muito com um mau roteiro: sabemos tudo desde o início, mas os atores continuam levando sem a mínima graça o pastelão para frente. De um olhar de relance, é possível perceber de primeira quem são os vilões, os mocinhos e os trapaceados – e, lógico, toda a sucessão de acontecimentos. É preciso urgentemente um novo enredo para 2018. Do contrário, terá muita gente dormindo nas urnas.

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