STF retoma julgamento que pode condenar Carla Zambelli por porte ilegal de arma
Enquanto isso, Carla Zambelli permanece presa na Itália.
Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
02/08/2025 9:08
O Supremo Tribunal Federal (STF) vai retomar no dia 15 de agosto o julgamento virtual que pode levar à segunda condenação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A parlamentar já foi condenada a 10 anos de prisão por envolvimento na invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2023.
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Desta vez, o STF analisa se Zambelli cometeu os crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com uso de arma. O caso aconteceu em outubro de 2022, às vésperas do segundo turno das eleições, quando a deputada sacou uma arma e perseguiu o jornalista Luan Araújo pelas ruas do bairro Jardins, em São Paulo. A confusão teria começado após uma troca de provocações entre os dois durante um ato político.
Até o momento, seis ministros do Supremo já votaram pela condenação da parlamentar a 5 anos e 3 meses de prisão, em regime semiaberto, além da perda do mandato. O julgamento estava parado desde março, após um pedido de vista do ministro Nunes Marques, que devolveu o processo para deliberação nesta sexta-feira (1º).
O relator do caso, ministro Gilmar Mendes, destacou que a atitude de Zambelli não tem justificativa no Estado Democrático de Direito. "Ao entrar num estabelecimento com a arma em punho e mandando repetidamente que Luan se deitasse no chão, a ré claramente forçou-o a fazer algo contra a própria vontade, usando grave ameaça", afirmou.
Além de Gilmar Mendes, já votaram a favor da condenação os ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Cristiano Zanin. Enquanto isso, Carla Zambelli permanece presa na Itália. Ela foi detida na última terça-feira (29), em Roma, onde tentava escapar de um mandado de prisão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, relacionado ao caso do CNJ.
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Zambelli deixou o Brasil em maio e pediu asilo político na Itália, alegando perseguição. Como tem dupla cidadania, tentou se proteger da extradição, mas a Justiça italiana decidiu manter sua prisão. Agora, o Brasil aguarda uma decisão da Justiça da Itália sobre o pedido de extradição. Ainda não há prazo definido para essa resposta.