O senador Renan Calheiros (PMDB) acaba de renunciar à liderança do PMDB no Senado. O anúncio foi feito na tribuna da Casa após nova discussão com o presidente nacional do PMDB e líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB). No pronunciamento, Calheiros elevou o tom contra o presidente Temer, acusando o governo de ser "incoerente" e "comandado por Eduardo Cunha. O senador ainda atacou as reformas propostas pelo presidente: "Estão massacrando os trabalhadores e os aposentados". "São reformas sem critérios, que atendem apenas o sistema financeiro e parte do empresariado, em detrimento das camadas mais pobres da população". Os ataques de Calheiros não são novidade. Diante das denúncias contra seu mandato e prestes a disputar a reeleição em Alagoas, o senador passou a atacar o já impopular governo Temer em busca de elevar a popularidade no Estado. Devido aos ataques ao presidente, senadores peemedebistas tentaram por vezes tirar Calheiros da liderança do partido, mas o ex-presidente do Senado conseguiu reverter o cenário. Porém, com o governo bombardeado pelas denúncias do procurador geral da República, Rodrigo Janot, o fogo amigo de Calheiros não pôde mais ser tolerado, obrigando Romero Jucá, ex-aliado do senador alagoano, a voltar a colher assinaturas para destituir o líder. Em resposta, Calheiros elevou o tom contra Temer e deixou a liderança antes de ser deposto. Com Renan oficialmente fora da base aliada, o Planalto terá ainda mais problemas para garantir, por três vezes, os 171 votos necessários na Câmara dos Deputados para barrar as denúncias de Janot, que precisam da aprovação da Casa para serem levadas ao Supremo Tribunal Federal (STF). Para minar o governo Temer, Janot fatiou as denúncia em três, forçando Temer a negociar por três vezes com deputados para escapar de ter as denúncias levadas ao STF.