Relator da CPMI do INSS ataca Cecília e pede prisão por desvio de R$ 432 milhões
Cecília evitou tratar diretamente das suspeitas de desvio dos recursos
(Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)
19/11/2025 13:03
A CPMI do INSS concentrou nesta terça-feira (18) um dos momentos mais tensos de seus trabalhos ao ouvir a advogada cearense Cecília Rodrigues Mota, investigada por suspeita de envolvimento no desvio de R$ 432 milhões de aposentados. O relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), criticou a postura da depoente e passou a discutir abertamente, dentro da comissão, a possibilidade de pedir sua prisão.
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Amparada por um habeas corpus concedido pelo ministro Flávio Dino, do STF, Cecília iniciou o depoimento afirmando que usaria o direito ao silêncio, mas acabou respondendo parte das perguntas. Ela admitiu ser proprietária de empresas citadas por suspeita de lavagem de dinheiro e confirmou movimentações milionárias, embora tenha negado que os recursos tenham origem ilícita. Também reconheceu conhecer pessoas mencionadas na operação 'Sem Desconto'.
Na fala inicial, Cecília dirigiu críticas à imprensa e afirmou que sua renda é proveniente do trabalho como advogada para entidades como Aapen, AAPB e Caap, além de seu escritório e empresas privadas. Em sua narrativa, disse ser alvo de “especulações” e sustentou nunca ter sido foragida, alegando que seu endereço sempre esteve atualizado nos sistemas do Governo Federal.
A advogada relatou ter presidido a Aapen e a AAPB entre 2018 e 2022, enfatizando que, segundo ela, não havia Acordo de Cooperação Técnica vigente no período. A explicação não convenceu parte dos parlamentares, que pressionaram por mais detalhes sobre as operações financeiras atribuídas a ela.
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O relator Alfredo Gaspar reforçou dúvidas sobre as declarações da depoente e afirmou que a CPMI deve avaliar medidas mais duras, incluindo a prisão de Cecília Rodrigues Mota, tema que passou a ser debatido no colegiado após o depoimento.
Assista ao vídeo: