O Palácio do Planalto adiou, nesta segunda-feira (14), o anúncio da nova meta fiscal para 2017, antes estipulada em um déficit de R$ 139 bilhões. O presidente Michel Temer (PMDB) chegou a definir, em reunião com o ministro Henrique Meirelles (Fazenda), o novo valor em um déficit de R$ 159 bilhões, mas recuou da decisão. Nova meta deve ser anunciada "entre hoje e amanhã". Meirelles tentou várias outras medidas para evitar aumentar a meta, medida vista como sinal de instabilidade pelo mercado financeiro. Porém como o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), foi irredutível ao afirmar que não aprovaria nenhum aumento de impostos, a alteração ganhou força. Outro problema foi a desvirtuação, na Câmara dos Deputados, da proposta de refinanciamento de dívidas, o Refis. A medida deveria render cerca de R$ 13 bilhões em arrecadação, porém, após passar por alterações no texto por parlamentares, a expectativa de arrecadação caiu para R$ 400 milhões. Senadores e deputados que compuseram a comissão mista que analisou a proposta têm dívidas milionárias com a União e aprovaram descontos exorbitantes para o pagamento em benefício próprio, em detrimento das conas públicas. Eunício já afirmou que, caso a proposta chega ao Senado do jeito que está, não será pautada.