Inquérito da Polícia de São Paulo revela envolvimento de políticos com o crime organizado no Brasil
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Inquérito da Polícia de São Paulo revela envolvimento de políticos com o crime organizado no Brasil

Documento revela organização criminosa que controla o transporte público de SP

Foto: Reprodução

08/07/2022 11:53

A revista Crusoé revelou nesta semana suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo membros do legislativo municipal de São Paulo e integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa oriunda daquele estado.

Segundo a revista, o vereador de São Paulo, Senival Moura, líder do PT na Câmara dos Vereadores, seria preso após investigação da Polícia Civil que apontou indícios da participação do parlamentar em esquemas de lavagem de dinheiro para o PCC e no assassinato do empresário Adauto Soares Jorge, presidente cooperativa Transunião Transportes. Fato que não aconteceu por decisão da justiça que negou o pedido de prisão do parlamentar.

A empresa que seria controlada pelo vereador petista e membros da organização criminosa, tem contrato de 100 milhões de reais por ano com a Prefeitura de São Paulo, para prestação de serviços na Zona Leste da capital.

No inquérito, o delegado Vagner Alves, responsável pelo caso, relata que a investigação do assassinato enveredou no meio político por meio da colaboração espontânea de uma fonte ligada à vítima. O depoente, identificado apenas como Guilherme, que afirma que Senival seria "figura central" do esquema que permite que o PCC controle o transporte público de SP. Desde 2002 suas campanhas eleitorais teriam sido bancadas pelo crime organizado.

"Como contrapartida ao financiamento, (Senival) criou um modelo de lavagem de dinheiro que permitiu aos criminosos ocultar os valores obtidos a partir da prática de crimes nas cooperativas de transportes regulamentadas" - Trecho do inquérito divulgado pela Crusoé

Senival Moura (PT-SP), ficou conhecido na cidade no início dos anos 2000 quando intermediou na gestão da prefeita Marta Suplicy (2001-2005), a legalização atividade dos perueiros na cidade. E segundo a fonte que ajuda no caso, apesar da popularidade, Senival precisou de volumosos recursos financeiros durante campanha elitoral para entrar na política.

"O crime organizado foi o primeiro financiador, oportunidade em que dois criminosos alcunhados como 'Cunta, já falecido, e 'Alexandre Gordo', que está preso há muitos anos, encarregaram-se da tomada de recursos". - aponta Guilherme.

De acordo com o relatório do delegado, 'Cunta' seria um importante assaltante sendo identificado como Ricardo Pereira dos Santos, morto em 2012 durante uma cinematográfica tentativa de roubo à transportadora de valores Protege.

No esquema administrado por Senival, vans e veículos em si eram adquiridos com dinheiro em espécie, de origem criminosa, e cadastrados em nome de "laranjas", que ocupavam funções de motoristas e colaboradores.

"O rendimento era encaminhado posteriormente para os familiares dos criminsos e serviam para custear os estilo de vida confortável (...) Senival sempre esteve à frente da cooperativa de peruas, instaladas há muitos anos no bairro Itaim Paulista (...) as pessaos que o sucederam no comando da cooperativa e, depois da empresa, foram seus laranjas." - diz Guilherme.

O que leva a Polícia a acreditar que a execução do empresário Adauto Soares Jorge teria sido determinada pelo PCC após suspeita de desvios de recursos do esquema.

Ligados ao vereador, vários nomes do alto escalão político de São Paulo já financiaram a campanha de Senival. Em 2010, Marta Suplicy injetou 30 mil reais na campanha de Moura, também o ajudaram financeiramente Aloizio Mercadante, José Genoíno, João Paulo Cunha, Devanair Ribeiro, Cândido Vacarezza, Carlos Zarattini e o Jilmar Tatto. Este último chegou à Câmara dos deputados com apoio da categoria de transporte alternativo e virou Secretário dos Transportes na gestão de Fernando Haddad (2013-2017).

O Partido dos Trabalhadores de São Paulo mantém silêncio sobre o caso. Até o momento o parlamentar não foi destituído da liderança do partido na Câmara e nenhum processo administrativo disciplinar foi aberto para avaliar sua conduta, apesar do fatos relacionados ao PCC envolvendo o vereador.

Em 2014, por exemplo, o irmão de Senival, ex-deputado estadual Luiz Moura, foi flagrado durante operação da Polícia Civil, em reunião com 18 membros regulares do Primeiro Comando da Capital em uma outra cooperativa de São Paulo, que também seria administrada pela cooperativa.

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