O Governo do Ceará declarou guerra contra o Comando Vermelho (CV) com o intuito de restabelecer os serviços de internet em todo Estado. Nesta quarta-feira (12), a Polícia Civil do Estado (PCCE) realizou novas prisões para conter os ataques a empresas de internet, que vêm afetando diversas regiões do Estado. Em dois dias de ação, 17 suspeitos foram detidos.

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Na ofensiva da PCCE, foram cumpridos 12 mandados de prisão e 37 de busca e apreensão em Fortaleza, Caucaia, Horizonte e São Gonçalo do Amarante. Além disso, outras cinco pessoas foram detidas em flagrante na capital por operarem empresas clandestinas de internet.

As investigações apontam que o CV estaria exigindo pagamentos de provedores de internet para permitir a operação dos serviços em determinadas áreas. Empresas que se recusam a pagar a extorsão teriam sido alvo de represálias, como corte de cabos de fibra óptica, roubo de equipamentos, incêndio de veículos e ameaças a funcionários. A Polícia Civil também investiga a relação entre o crime organizado e empresas de internet irregulares, que podem estar sendo usadas como fachada para atividades ilícitas.

O impacto dos ataques da facção criminosa à infraestrutura de conexão foi significativo. Em Caridade, cidade que possui cerca de 22.500 habitantes, 90% das residências ficaram sem acesso à internet nos últimos dias. No Pecém, em São Gonçalo do Amarante, a conexão foi severamente comprometida após uma série de ataques no fim de fevereiro.

O setor de internet no Ceará

Dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) apontam que o Ceará conta com 511 provedores de internet banda larga fixa. Destas, apenas três dominam 52,6% do mercado. Contudo, estimativas apontam que mais de 1,2 mil provedores operam no Estado, muitos sem regulamentação. Pequenas provedoras costumam gerar, em média, 10 empregos diretos cada.

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Diante da gravidade da situação, o governo estadual mantém a mobilização das forças de segurança para combater os ataques e garantir a normalização do serviço de internet no Estado.