Falcatrua no DPVAT em Boa Viagem tem repercussão no país inteiro
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Falcatrua no DPVAT em Boa Viagem tem repercussão no país inteiro

Somente os fatos investigados na operação gerariam um dano de R$ 230 mil ao seguro

13/05/2018 11:47

Boa Viagem virou assunto no país inteiro neste domingo (13). O jornal O Globo mostra que o município cearense é o vice-campeão em falcatruas no DPVAT. "Deflagrada em abril deste ano, uma operação do Ministério Público do Ceará desbaratou quadrilhas que operavam a partir de três escritórios especializados no recebimento de indenizações do DPVAT em Boa Viagem, cidade de apenas 54 mil habitantes no interior do estado". O esquema envolvia médicos, Polícia Civil e Guarda Municipal. "A ação sistemática dos criminosos teve impacto real sobre o benefício: em 2016 e 2017, o pequeno município cearense registrou o segundo maior número de fraudes identificadas pela Líder, atrás apenas de Montes Claros, cidade do norte de Minas considerada a meca desse tipo de golpe. Somente os fatos investigados na operação gerariam um dano de R$ 230 mil ao seguro. Oito pessoas foram presas; e 11 mandados de busca e apreensão, cumpridos", explica a matéria. Confira a sequência do texo de O Globo Segundo o promotor Marcos William, do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), a investigação foi iniciada em maio de 2017 a partir de denúncias da seguradora. Funcionários dos três escritórios aliciavam pacientes de hospitais da região, apresentando-se como facilitadores para a obtenção do benefício. Um médico participava do grupo e emitia laudos médicos falsos, exagerando as lesões sofridas pelas vítimas para ampliar a indenização. Às vezes, o médico atendia os pacientes nos próprios escritórios, e em outras nem sequer os examinava. O grupo também contava com a participação de um servidor da Polícia Civil, que registrava ocorrências sem o comparecimento das vítimas, apenas com base no relato de funcionários dos escritórios. Também participava das fraudes um membro da Guarda Municipal de Boa Viagem, responsável por relatórios circunstanciados de acidente falsificados. Com os três documentos em mãos, os escritórios obtinham indenizações muito acima dos valores que as vítimas receberiam sem fraudes. Os documentos falsos podiam sustentar uma invalidez permanente, que rende R$ 13,5 mil, quando a vítima na verdade só havia sofrido danos leves. O reembolso por despesas médicas em casos menos graves chega a no máximo R$ 2,7 mil. O mesmo modus operandi foi encontrado em investigações de autoridades de outros estados, como Minas Gerais, o que, na opinião do promotor Marcos William, demonstra que as fraudes são realizadas por diversos núcleos em âmbito nacional. Ele afirma que as vítimas de acidentes também eram prejudicadas pelos golpistas. — Todos os pacientes tinham sofrido um acidente leve, e os fraudadores davam maior proporção a isso. Muitas pessoas aliciadas relataram que nunca receberam nada. Acabavam assinando papéis no hospital sem terem ideia do que ocorreria — explica o promotor. — Além do golpe no próprio seguro, os fraudadores também enganavam as vítimas.

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