Os aliados do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) conseguiram aprovar nesta quarta-feira, 23, na Comissão parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga a propagação de notícias falsas com objetivo político, ou econômico, a convocação da deputada federal e presidente nacional do PT, a ex-senadora Gleise Hoffmann (PR), para falar sobre as acusações que pesam contra ela sobre o “mensalinho do twitter”.

O requerimento, de autoria da deputada Caroline de Toni (PSL-SC), foi amplamente defendido pelo novo líder da legenda, o deputado e filho do presidente da República, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Essa foi praticamente a estreia de Eduardo como líder do partido que tem seu pai, Jair Bolsonaro, como principal figura. Ele assumiu a liderança após alguns dias de disputa ferrenha com o antigo líder da legenda, deputado Delegado Waldir (PSL-GO).

Em sua participação junto à CPMI, o novo líder do PSL na Câmara se manifestou mais com relação aos ataques da oposição sobre o óleo de petróleo que inunda as praias do Nordeste do que propriamente sobre o mérito da comissão. Rebatendo as deputadas Luiziane Lins (PT-CE) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ), o filho do presidente defendeu o governo do pai acusado de pouco, ou nada fazer, para resolver a questão dos crimes ambientais registrados no litoral brasileiro.

Hoffmann é acusada de ter sido beneficiada por um suposto esquema de compra de elogios por parte de influenciadores digitais que atuam nas mais diversas redes sociais como o twitter. O caso ficou conhecido pelos internautas como o “mensalinho do twitter”.

Na época em que o caso veio à tona, em agosto de 2.018, o suposto esquema funcionária a partir do ex-deputado Miguel Côrrea (PT-MG) que teria como missão gerenciar aos propagadores de conteúdo nas mídias sociais as pautas propositivas e positivas que favoreceriam algumas lideranças políticas de esquerda e progressistas. O caso foi noticiado com uma série de reportagens pela Deutsche Welle (DW), veículo de comunicação pública da Alemanha.

“A presente comissão tem como um dos objetos a investigação de ataques cibernéticos que atentam contra à democracia e o debate público. A deputada se beneficiou do esquema de compra de elogios de influenciadores digitais – conhecido popularmente como ‘mensalinho do twitter’. Assim, demonstra-se necessário a convocação da Sra. Gleisi Hoffman, para esclarecer e se posicionar sobre a influência da disseminação de informações sob o debate público”, argumentou a parlamentar pesselista.

(por Humberto Azevedo, especial para Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)