Conversa do secretário de Segurança vaza e revela chegada de novas facções no Ceará
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Conversa do secretário de Segurança vaza e revela chegada de novas facções no Ceará

No diálogo, um suposto agente da Inteligência traça o mapa da atuação das facções em Fortaleza para André Costa, revelando os bairros onde cada uma delas atua. Há críticas aos governos dos estados, que negam a existência das quadrilhas

Na conversa "vazada", Costa e o informante citam como os bairros de Fortaleza estão sitiados pelas facções

23/01/2018 12:34

O Ceará News 7 obteve, com exclusividade, nesta terça-feira (23), um diálogo entre o secretário da Segurança Pública do Ceará, delegado federal André Costa, e um  suposto informante do setor de Inteligência. A conversa traz uma revelação assustadora e explica por que a matança no Ceará não tem fim ou, ao menos, uma trégua. No bate-papo, é defendido que, atualmente, seis facções criminosas estão no Ceará e disputam, na bala, os territórios da Capital cearense para impor o domínio do tráfico de drogas. Além da Guardiões do Estado (GDE), do Comando Vermelho (CV), Primeiro Comando da Capital (PCC) e da Família do Norte (FDN), outras duas surgem  no cenário da violência armada: a “Amigos dos Amigos” (ADA); e a Mentes Criminosas. A primeira oriunda do Rio de Janeiro, a exemplo do CV; e a segunda originada no Ceará, como aconteceu com a GDE. Na conversa, a fonte revela também os domínios territoriais de cada uma das facções. O PCC, por exemplo, hoje é formado por cerca de 1.300 presidiários e seus comparsas fora da cadeia controlam o crime em bairros como Maraponga, parte da Serrinha, Itaperi, Dias Macedo e Bonsucesso, além das favelas Barracal e Ocupação da Mana (no Jangurussu). Já o Comando Vermelho (CV) domina a outra parte da Serrinha, os bairros Mondubim, Barroso, Bela Vista, Pirambu e Padre Andrade, além, das comunidades do Gueto (na Barra do Ceará)  e Babilônia (no Passaré). Domínio Enquanto isso, a Guardiões do Estado (GDE), que acabou se transformando na mais numerosa e violenta facção que atua na Grande Fortaleza, hoje, domina a maioria dos bairros, entre eles, o Conjunto Palmeiras, Sapiranga-Coité, Aerolândia, Vicente Pinzón, Edson Queiroz, Sabiaguaba, Lagamar, Castelo Encantado, Mucuripe, Vila Velha, Parque Leblon (em Caucaia), Praia do Futuro e Caça e Pesca. Na conversa, o informante revela ao secretário André Costa que a GDE teve origem na reunião de criminosos numa torcida organizada de time de futebol, no Conjunto Palmeiras, em 2012. Depois enveredou de vez para o tráfico de drogas e, agora, possui uma estrutura armada, que o informante denomina como “não-piramidal”. Isto é, possui chefes no comando em cada uma das comunidades. São “lideranças locais”. O informante classifica a facção GDE como “muito jovem e ousada, não cobra mensalidade, o que facilitou seu crescimento e a adesão de muitos menores de idade”.  E ressalta um fato que é do conhecimento público: “A Guardiões do Estado é tão ousada que já colocou, em abril de 2016, um carro-bomba na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará no melhor estilo Pablo Escobar”, referindo-se ao homem que comandou durante anos o narcotráfico internacional a partir da Colômbia, seu país de origem. Ainda durante a conversa, um dos interlocutores discorre sobre as origens das facções e postura que países e estados têm tomado acerca dessas organizações criminosas. “Há uma tendência em todos os níveis de governo de, inicialmente, negarem a existência das facções. Isso é objeto de estudos norte-americanos e ocorreu em relação às “Maras”, em El Salvador e Nicarágua, como o EME na Califórnia (EUA) e, no Brasil, com o PCC e o CVC. Mas, como esclareci no fim da resposta, isso não significa que não havia combate às facções”. A conversa prossegue quando um dos participantes diz que “neste momento, por exemplo, há estados do Nordeste que negam a ação das facções”. O outro então, retruca: “Entendo, mais é muito mais grave, já que ao mentir (estaria se referindo ao governo do Ceará) não adotou as medidas reclamadas e permitiu a fixação sólida das facções no estado. Chegamos onde estamos!" Por fim, um deles comenta: “O Ceará também nega e diminui o poder das facções criminosas no estado, mas já incendiaram 23 ônibus”, finaliza.    

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