Controladoria investiga 3 casos de abordagens desastrosas da PM que causaram morte
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Controladoria investiga 3 casos de abordagens desastrosas da PM que causaram morte

Em um deles, ficou comprovado que um garoto de 6 anos de idade foi atingido por tiros de pistola Ponto 40 disparada por policiais militares. O caso ocorreu no bairro Bom Jardim, em abril passado

As investigações da Controladoria tramitam em sigilo

22/06/2018 7:22

A Delegacia de Assuntos Internos da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos da Segurança Pública e do Sistema Penitenciário do Ceará (DAI/CGD) investiga, ao menos, três casos de episódios de ações desastrosas da Polícia Militar, fatos ocorridos nos últimos dois meses e que resultaram na morte de três pessoas, entre elas, uma criança. Os investigadores aguardam da Perícia Forense laudos conclusivos sobre dois dos três casos. O terceiro episódio já está praticamente esclarecido e aponta       PMs como responsáveis pela morte de uma criança. O primeiro caso investigado diz respeito à morte do garoto José Isaac Santiago da Silva. Na tarde do dia 25 de abril, ele foi baleado por PMs que cercavam a residência onde morava a família do menino, na Rua Vitória da Conquista, no bairro Bom Jardim.  A casa, localizada na Favela do Urubu, estaria servido de ponto de venda de drogas e esconderijo de armas e munição de bandidos de uma facção. Na tentativa de prender uma tia do garoto, que seria integrante de uma facção criminoso, os PMs cercaram o local. Houve uma troca de tiros no local e o garoto acabou baleado e morto. No começo da semana, a Perícia Forense do Estado (Pefoce) concluiu o laudo de exame balístico que comprovou que o tiro foi disparado por uma pistola de calibre Ponto 40  (.40) pertencente ao acervo da PM.  O laudo agora será anexado ao inquérito policial a ser encaminhado à Justiça. Baleado no carro O segundo caso diz respeito à morte do jovem Wellington Matias de Sousa, 33 anos, que foi atingido por um tiro durante uma perseguição policial na Avenida José Bastos, bairro Demócrito Rocha, na manhã de 6 de maio. O rapaz dirigia seu veículo quando ficou na linha de fogo entre bandidos que fugiam em um carro roubado  e policiais de uma patrulha da PM. Wellington foi atingido por uma bala que foi disparada de uma arma longa, provavelmente, uma carabina de calibre Ponto 40. O projétil penetrou na tampa do porta-malas, transfixou os bancos traseiro e  dianteiro e atingiu as costas de Wellington, que morreu pouco tempo depois no Instituto Doutor José Frota (IJF-Centro).  O laudo pericial sobre a origem do tiro ainda não foi concluído. Abordagem desastrosa O terceiro caso teve como vítima a administradora de empresas Gisele Távora Araújo, 42 anos, também baleada por policiais militares na rua. O fato ocorreu na noite do último dia 13, na Avenida Oliveira Paiva, na Cidade dos Funcionários. Gisele dirigia seu veículo e estava na companhia da filha de 19 anos, quando o carro dela teria, supostamente, sido confundido por PMs com outro automóvel com as mesmas características, roubado na região. A filha conta que a mãe não percebeu que estavam sendo seguidas pela Polícia. Policiais militares em motocicletas tentaram abordar o automóvel e um deles disparou vários tiros de uma arma de calibre Ponto 40 (0.40). Um dos disparos atingiu Gisele, que chegou a ser encaminhada ao hospital (IJF) e morreu horas depois.  O policial responsável pelos disparos se apresentou à Polícia Civil e, depois, prestou depoimento na Controladoria Geral de Disciplina (CGD), que instaurou a apuração. Os três episódios colocaram em xeque a formação dos policiais militares cearenses. A direção da Academia Estadual de Segurança Pública (Aesp), contestou esse questionamento e informou que os profissionais são submetidos a uma rigorosa formação profissional que inclui disciplinas relativas à abordagens policiais.

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