Comando da PM e Controladoria apuram o caso de jovem chicoteada por policiais

O fato ocorreu no fim de semana passado, no bairro Lagamar

O vídeo mostra o policial militar agredindo a mulher de joelhos

05/02/19 9:31

O Comando-Geral da Polícia Militar e a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos da Segurança Pública e do Sistema Penitenciário (CGD) deverão instaurar procedimentos disciplinares paralelos para os atos de arbitrariedade policial e abuso de autoridade, além de tortura, praticados  por policiais militares do Policiamento Ostensivo Geral (POG), no último fim de semana, em Fortaleza. Um casal de jovens foi filmado sendo chicoteado por PMs no bairro Lagamar durante um evento de Pré-Carnaval. O vídeo ganhou repercussão da Imprensa e nas redes sociais.

As cenas de violência praticada pelos policiais teriam sido gravadas através de um celular no último domingo, quando moradores do bairro se divertiam na festa pré-carnavalesca. Não se sabe, ainda, os motivos que teriam levados os policiais até o local.

Em entrevista ao jornal Diário do Nordeste, em matéria publicada na edição desta terça-feira (5), a jovem agredida (identidade preservada) afirmou que ela e o  esposo sequer estavam participando da festa. Quando pararam o carro em um posto de combustíveis foram surpreendidos com a chegada de duas viaturas da PM. Os policiais desembarcaram e ordenaram que o casal ficasse de joelhos. Em seguida, começaram as agressões físicas.

“Pararam a gente, mandaram ficar de joelhos e começaram a nos chamar de vagabundos. Puxaram o meu cabelo, me chamaram de vagabunda e disseram que eu não prestava pra nada. Meu nome é limpo. Todo mundo viu que foi uma covardia”, disse a jovem ao jornal.

Segundo moradores da área, sem nenhuma razão, os policiais militares ordenaram o fim da festa e começaram a ameaçar quem estava no local.  “A gente só queria se divertir. Falaram que ia atirar e que ali só tinha vagabundo”, afirma uma moradora.

Respostas

Em nota, a Polícia Militar informou “lamentar” o episódio. O comando-Geral informou não compactuar com “qualquer ação policial que vá de encontro aos direitos e garantias fundamentais do cidadão; e que se pauta dentre outros, pelo princípio da legalidade e da impessoalidade”.

Já a Controladoria Geral de Disciplina informou que já determinou a instauração de uma investigação preliminar para apurar o fato na área administrativa, como objetivo de averiguar “as circunstâncias, indícios de autoria e materialidade e dar subsídios a procedimentos administrativos disciplinares posteriores”.

Veja vídeo das agressões: 

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