Um casal foi encontrado morto na madrugada desta segunda-feira (14), em Tianguá, na serra da Ibiapaba. A mulher tinha apenas 19 anos e foi identificada pelas autoridades como Teresa Neuma Rocha da Silva. O homem, de 32 anos, é Francisco José Rodrigues Costa. Próximo ao corpo dele, foi encontrada uma pistola, supostamente usada no crime. Inicialmente, o cenário aponta para homicídio seguido de suicídio, mas os indícios colhidos no local do crime, irão apontar a existência de outras pessoas envolvidas nas mortes. A polícia não descarta a possibilidade da cena do crime ter sido alterada para desviar o foco das investigações.

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A polícia foi acionada ainda na madrugada por moradores do bairro Santo Expedito, acordados pelos tiros. No imóvel, os militares encontraram um pacote com drogas, enterrado no quintal da residência. A presença dos entorpecentes levantou suspeitas sobre a possibilidade de Francisco José também ter sido assassinado. A Perícia Forense do Ceará (Pefoce) colheu indícios no local que irão subsidiar o processo investigativo com objetivo de elucidar o caso, tratado inicialmente como feminicídio seguido de suicídio.

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Teresa Neuma é a ducentésima trigésima mulher assassinada no Ceará, em 2024. Um recorte sobre os Crimes Violentos, Letais e Intencionais (CVLIs), contra o gênero feminino, aponta o mês de abril como o mais violento com 42 mortes.

Confira abaixo o número de mortes violentas de mulheres no estado, entre janeiro e outubro:

Janeiro 31 mortes
Fevereiro 21 mortes
Março 22 morte
Abril 42 mortes
Maio 26 mortes
Junho 24 mortes
Julho 17
Agosto 17
Setembro 22

No mês de outubro foram registrados 9 assassinatos nos municípios de:
1º Juazeiro do Norte
2º Morada Nova
3º Itarema
4º Maracanaú
5º Fortaleza
6º Sobral
7º Varjota
8º Itarema
9º Tianguá

Na quinta-feira (10), o presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, sancionou a Lei 14.994/2024, que torna o feminicídio crime autônomo, e não mais uma qualificadora do crime de homicídio, passando a ter a maior pena máxima cominada do Código Penal, que antes era de 20 a 30 anos e agora passa para 20 a 40 anos, podendo, ainda, ser aumentada de 1/3 até a metade em circunstâncias específicas. A norma torna mais grave a pena deste e de outros crimes praticados contra a mulher por razões da condição do sexo feminino, além de estabelecer outras medidas destinadas a prevenir e coibir a violência praticada contra a mulher.