Bolsonaro quer que Transnordestina volte para o governo, após fracasso de Ciro
FG foi executivo da CSN. A empresa está com rombo de mais de R$ 11 bilhões na obra
Ciro Gomes
15/04/19 8:46
O candidato derrotado ao Planalto Ciro Gomes (PDT), sempre que se lembra, brada que deixou um emprego bem remunerado na CSN para lutar pelo país. O problema que o executivo não tinha expertise para ocupar o cargo. Em matéria publicada hoje (15) no Estadão, a empresa responsável pela Transnordestina tem rombo de R$ 11 bilhões na obra. Por isso, o presidente Jair Bolsonaro estuda retomar o contrato para que o Governo dê prosseguimento.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) iniciou dois processos administrativos que podem culminar na retomada da concessão.
Segundo o jornal, o mais avançado envolve a malha em operação da chamada velha Transnordestina – resultado da privatização da malha ferroviária do Nordeste na década de 1990. Nesse caso, a agência deve soltar o relatório final nas próximas semanas. O documento trará uma indicação se o governo deve ou não declarar a caducidade (extinção) da concessão. Quem decidirá o futuro da ferrovia será o Ministério de Infraestrutura.
Ainda de acordo com o Estadão, o caso mais grave, no entanto, envolve a nova Transnordestina, em construção há 13 anos. Desde o ano passado, as obras estão paralisadas por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU) que viu problemas “de ordem técnica e financeira”. De acordo com a Corte, o andamento das obras é incompatível com a execução financeira inicialmente prevista.
Entenda
Iniciado em 2006, o projeto teve seu orçamento revisto algumas vezes. Os primeiros estudos apontavam que o valor mais razoável da obra girava em torno de R$ 8 bilhões. Mas o governo pediu mudanças e reduziu o montante para R$ 4,5 bilhões. Em 2012, o orçamento já estava em R$ 5,4 bilhões, e subiu para R$ 7,5 bilhões depois de uma série de negociações entre os acionistas. Atualmente o empreendimento está em R$ 11,2 bilhões.
Do montante investido até agora, R$ 1,3 bilhão – ou 20% do total – saiu dos cofres da CSN. Outros 61% foram financiados por fundos públicos destinados a projetos no Nordeste, como Finor, FNE e FDNE, e pelo Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A estatal Valec colocou R$ 1,2 bilhão no empreendimento.
Em tempo
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