Após prisões, prefeito de Granjeiro e o pai dividem cela em presídio de Juazeiro
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Após prisões, prefeito de Granjeiro e o pai dividem cela em presídio de Juazeiro

Momento em que Vicente Tomé chega na delegacia do Crato (Foto: Normando Sóracles)

16/07/2020 11:35

Juntos em família, juntos na política, juntos no crime e, agora, juntos na cadeia. Assim começa uma nova etapa na convivência entre pai e filho. O prefeito do Município de Granjeiro (a 478Km de Fortaleza), Ticiano da Fonseca Félix, o “Ticiano Tomé”, 35 anos; e seu pai, o ex-prefeito Vicente Félix de Sousa, o “Vicente Tomé”, 61 anos, agora estão juntos na prisão. Desde a tarde de ontem (15), eles dividem uma cela no Presídio conhecido por “Tourão”, na cidade de Juazeiro do Norte.

Foi para lá que eles foram mandados, sob forte escolta policial, após terem sido presos durante uma operação policial desencadeada na manhã de ontem em quatro cidades cearenses (Fortaleza, Granjeiro, Maracanaú e Barbalha).  Os dois são apontados pelas autoridades como os mandantes do assassinato do prefeito de Granjeiro, João Gregório neto, o “João do Povo”, na manhã de 24 de dezembro do ano passado.

Vaiado e xingado, “Vicente Tomé” saiu de casa, no Centro de Granjeiro, na manhã de ontem, algemado e escoltado por vários policiais civis, que cumpriam ordem judicial de prisão preventiva contra todos os envolvidos no crime.  Naquela mesma hora, o filho era também preso, mas em Fortaleza. O reencontro entre pai e filho aconteceu na cadeia, em Juazeiro.

Quando  percebeu que seria preso,” Ticiano Tomé” tentou se desfazer do celular e de outros objetos. Tentou fugir, mas não conseguiu.  Algemado, foi encaminhado ao presídio.

Véspera de Natal

As prisões de pai e filho e de outras sete pessoas finaliza uma investigação sigilosa que teve início logo após o assassinato do prefeito, na véspera de Natal de 2019. Na época, o governador do Ceará, Camilo Santana (PT) foi pressionado por diversos políticos da região do Cariri a determinar uma severa e rápida investigação para esclarecer o caso e identificar os autores materiais (atiradores) e intelectuais (mandantes) do assassinato. E assim foi feito.

As primeiras pistas levantadas pela Polícia no local do crime foram imagens captadas por câmeras de residências que mostraram os assassinos em fuga em uma moto, com o apoio de dois veículos.

Depois, vieram os depoimentos, quebra de sigilo telefônico, prisões de suspeitos, reinquirição de testemunhas, análise de laudos periciais para, finalmente, chegar ao indiciamento dos suspeitos e encaminhar à Justiça os pedidos de prisão. Tudo isso durou sete meses.

Para as autoridades policiais, o crime está elucidado.

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