Advogada presa em flagrante em Fortaleza foi vítima de um atentado a tiros em Natal

Crime ocorreu em dezembro de 2015, após Paloma participar de audiência em Fortaleza

Paloma Gurgel sofreu o atentado ao sair de uma lanchonete, em Natal, há quatro anos

27/09/19 12:45

A advogada Paloma Gurgel de Oliveira Cerqueira, 32 anos, presa nesta quinta-feira (26), em Fortaleza, depois de se envolver  em um incidente com agentes penitenciários que faziam a escolta de um de seus clientes em um consultório médico, sofreu um atentado a tiros há cinco anos, em Natal, no Rio Grande do Norte. Na época, ela contou que recebeu um tiro no peito e foi salva graças à sua prótese de silicone nos seios.

O atentado, ocorrido no dia 19 de dezembro de 2015, na Avenida Ayrton Senna,  foi mais um dos incidentes em  que a advogada se envolveu ao longo de sua carreira. Ela contou na época, à Imprensa de Natal, que tinha cerca de 300 clientes nos presídios e outros 100 em liberdade. 

Ontem, pagar uma fiança de R$ 10 mil, a advogada foi posta em liberdade e fez exame de corpo de delito na sede da Perícia Forense do Ceará (Pefoce). Ela foi autuada em flagrante por crime de desacato, enquanto um dos agentes penitenciários que faziam a escolta do preso foi indiciado por crime de abuso de autoridade.

Um mês depois de sofrer o atentado em Natal, em dezembro de 2015, Paloma Gurgel concedeu entrevista à Imprensa daquela cidade. Veja trechos da entrevista em que ela fala sobre o atentado:

“Quando eu já estava caída, ele se aproximou e deu um tiro à queima-roupa no meu peito. Depois eu protegi minha cabeça com as pernas e ele efetuou outro disparo, desta vez acertando meu joelho, que ficou estraçalhado e quebrou a tíbia. No hospital, o médico me disse que o tiro no peito não atingiu o coração porque acertou a minha prótese. Ou seja: o meu silicone salvou a minha vida”.

Paloma disse que no dia 19 havia acabado de chegar a Natal de uma audiência em Fortaleza.

“Cheguei, passei no meu escritório e fui para casa. No caminho, recebi um telefonema da minha sócia chamando para ir a essa lanchonete. Lanchamos e quando fui ao carro pegar minha bolsa para pagar a conta, um homem se aproximou e, sem falar nada, começou a atirar em mim”, contou.

Segundo Paloma, ela já vinha recebendo, mesmo que de forma indireta, ameaças de morte. “Tudo começou alguns meses atrás. Sou advogada criminalista e tenho mais de 300 clientes presos e quase outros 100 soltos, inclusive alguns de presídios federais. Houve uma discussão com uma pessoa cujo nome já foi repassado à polícia, mas não se trata de nenhum cliente. Depois disso, através de outras pessoas, fui informada que poderia ser morta. Me mantive tranquila por ainda achar que não tinha inimizades, até que aconteceu isso comigo”, falou.

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