Ministério da Segurança Pública vai cobrar números e metas de estados, sem maquiagem
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Ministério da Segurança Pública vai cobrar números e metas de estados, sem maquiagem

Ministro Raul Jungmann alerta para cortes de verbas aos estados

27/04/2018 12:26

“Não haverá repasse de verbas para quem (estados) não encaminhar ao Ministério os índices da violência e da criminalidade e as metas a serem alcançadas. Não receberão verbas do governo federal  nem financiamentos do BNDES aqueles que não repassarem esses dados do sistema penitenciário e da segurança pública”. O recado foi dado, ontem (26), aos governadores brasileiros pelo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann.  Aí esteja, provavelmente, o motivo pelo qual o governo do Ceará tem  mascarado, alterado e reduzido de suas estatísticas oficiais os verdadeiros números da criminalidade no estado.  A avalanche de assassinatos no Ceará – que só cresce dia a dia – se contrapõe ao bilionário investimento que vem sendo feito pela  gestão  estadual na Segurança. A dinheirama é imensa na contratação de efetivos e compras de viaturas e até helicópteros, mas os resultados do combate ao crime são pífios, para não dizer catastróficos. ESTÍMULO AO CRIME Em apenas quatro meses de 2018 (ainda incompletos), o Ceará já registra mais de 1.600 Crimes Violentos, Letais e Intencionais, os CVLIs, isto é, homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. E segue célere para atingir novo recorde na estatística criminal até o fim do ano. Bom também lembrar, que o crime não some, apenas muda de lugar. Se em Fortaleza, com mais policiais militares nas ruas, os índices de assassinatos caíram em março deste ano (em comparação a março de 2017), na Região Metropolitana e no Interior a violência cresceu. Simples: os bandidos migraram da Capital para as cidades do sertão e do cinturão metropolitano.  A falta de uma Polícia Judiciária eficiente que consiga investigar essa “avalanche” de homicídios deixa os matadores impunes e estimulados à reincidência. Mas, pelo que se vê, a prioridade do governo é a polícia ostensiva, que é mais visível e pode render mais votos. RECADO BEM DADO “Dói ver gente dizendo, “ele não deveria ter reagido”. É ridículo quando se coloca a vítima como culpada para tirar a culpa de quem realmente é o culpado.” A frase é da jovem Katiana Studart, filha do empresário e desportista Roberto Mamede Studart Soares, o “Bebeto Studart”, morto por bandidos numa “saidinha” bancária há uma semana, em Fortaleza. As palavras da filha da vítima são endereçadas a quem? Simples, às autoridades que deveriam, ao menos, cumprir seus deveres: zelar pela segurança e proteção da população. Mas, ao invés disso, elas estão por aí, em passeios de helicóptero, fazendo tatuagens no corpo, fazendo a barba e até se maquiando. Enquanto isso, sofre a população nas mãos da criminalidade. Bandidagem correndo solta das ruas de Fortaleza, matando cidadãos e desafiando as autoridades.  “Não sou a pessoa mais inteligente do mundo, mas vivo uma realidade de quem precisa trabalhar todos os dias. O que me afasta do senhor, é que não tenho seguranças  para me livrarem de cruzar com pessoas iguais as que meu pai cruzou!”, conclui Katiana. ROTA DE COLISÃO O episódio do afastamento do delegado de Polícia Civil, Romério Almeida, de suas funções e, no dia, seguinte, sua tentativa de suicídio, levou a categoria a entrar em rota de colisão com o Ministério Público Estadual.  A forma como promotores de Justiça expuseram a imagem e a reputação do delegado na mídia é imperdoável, irreparável e constrangedora. Depois de mais de 30 anos de serviços prestados à Segurança Pública do Ceará, Almeida foi jogado ao ar como corrupto, em uma investigação que ainda está no seu nascedouro e que, segundo o próprio MP, é (ou era) sigilosa.  A classe de delegados e de policiais civis reprovou a atitude dos integrantes do Ministério Público do Ceará.  Os promotores que investigam o caso chegaram ao ponto de entregar à Imprensa trechos de uma escuta telefônica cuja quebra de sigilo fora autorizada judicialmente (portanto, legal), mas não liberada pela Justiça para ser exposta ao público. Esse tipo de conduta dos promotores precisa ser revista pela Procuradoria Geral da Justiça (PGJ). QUEM PUXOU O GATILHO? “Foi um infeliz acidente.” A frase foi dita pelo governador do estado, Camilo Santana (PT) ao se referir à morte (assassinato) do menino José Isaac Santiago da Silva, 6 anos. O garoto morreu em conseqüência de  um tiro disparado no momento em que a Polícia Militar cercava a casa de seus pais, no bairro Bom Jardim, no começo da tarde da última quarta-feira (25). A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) trata o crime como “Morte Por Intervenção Policial”. Sendo assim, o órgão não incluirá o assassinato do pequeno Isaac na estatística dos Crimes Violentos, Letais e Intencionais (CVLIs) do mês de abril de 2018. O homicídio não aparecerá na tabela que o secretário André Costa deve liberar para a Imprensa local em maio, quando decidir divulgar os CVLIs deste mês. Um a menos para a conta do atual governo. Um a mais para a estatística real da violência no estado. E a pergunta fica no ar: Quem matou Isaac? MATANÇA DE MULHERES A matança desenfreada de mulheres no Ceará não tem trégua. Em janeiro foram 56, em fevereiro 42; em março 46 e em abril (entre os dias 1º e 26) já são 29. Total: 173 mulheres mortas em apenas quatro meses incompletos. Na maioria dos casos, jovens e adolescentes que foram executadas na guerra entre facções, além dos casos passionais (feminicídios) e os latrocínios (roubos seguidos de morte). A mais recente vítima, uma adolescente, fuzilada na noite de quinta-feira (26) nas ruas do Bom Jardim, bairro que tem sido palco de uma extrema violência nos últimos dias, por conta de confrontos armados entre as facções CV e GDE. Esses grupos criminosos disputam território entre as comunidades do Urubu e Marrocos. A população está na linha de tiro, em meio ao fogo cruzado do crime. A Polícia também é alvo dos bandidos. Salvem-se quem puder... E TEM MAIS!!! * Controladoria Geral de Disciplina investiga o seqüestro de um jovem no bairro Montese, no mês passado. A vítima foi  levada por supostos policiais civis para uma delegacia, e não apareceu mais. Até hoje, o caso continua sob mistério. * O mangue do Rio Ceará, no bairro Vila Velha, se transformou em local preferido dos assassinos para a “desova” dos corpos de suas vítimas. Moradores acreditam que há dezenas de cadáveres ali, fruto da guerra entre as facções criminosas na Capital. * Novas e potentes motocicletas foram entregues pelo governo ao Batalhão Raio nesta quinta-feira (26). As máquinas darão mais agilidade aos “raianos” na caça aos criminosos em Fortaleza e Região Metropolitana. São motos de última geração, e caras!!! * No Interior, o alvo da vez dos criminosos são os ônibus escolares. Alunos de escolas e faculdades estão sendo atacados nas estradas. Somente nesta semana, ocorreram ataques em Itapiúna e Tamboril.  Em Sobral e Groaíras, ataques do tipo são constantes. * Polícia Rodoviária Federal (PRF)  inicia em todo o Brasil, nesta sexta-feira (27), a “Operação Dia do Trabalhador”, certa de que muita gente vai “imprensar”  a segunda-feira (30) e ganhar as estradas neste feriadão “forçado”.  O órgão promete uma fiscalização intensa nas BRs. * E A PERGUNTA DO DIA: Pronto para pegar a estrada neste feriadão ???    

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