MPF arrebenta Cid Gomes e deixa estrada livre para Camilo Santana voar
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MPF arrebenta Cid Gomes e deixa estrada livre para Camilo Santana voar

Não há como o ex-governador se preocupar, agora, em inviabilizar a reeleição do petista ou barrar as pretensões dele de se aliar ao presidente do Senado, Eunício Oliveira

Cid Gomes e Camilo Santana

02/01/2018 9:26

O governador Camilo Santana teve um réveillon mais tranquilo quanto a sua reeleição, apesar de publicamente não poder manifestar nenhuma satisfação com a situação política e pessoal de seu padrinho, o ex-governador Cid Gomes. O futuro de Cid é o pior possível, tanto que ele anunciou a desistência de sua candidatura ao Senado e o apoio incondicional a um novo mandato de Camilo, durante os festejos de 60 anos de emancipação política do município de Hidrolândia, na sexta (29). Essas decisões inesperadas de Cid tiveram uma razão: o seu envolvimento na Operação Lava Jato, especificamente no caso da JBS. No mesmo dia em que Cid revelava que, pessoalmente, estará fora da disputa das eleições 2018, a procuradora geral da República, Raquel Dogde, encaminhava ao Supremo Tribunal Federal (STF) um parecer onde o Ministério Público conclui: Cid forneceu à Justiça informações que corroboram (comprovam) as acusações contra ele feitas pelo empresário e delator Wesley Batista, da JBS. Tradução da decisão da Procuradora A chegada do ano novo para Cid foi a pior de sua vida. A decisão da procuradora Raquel Dodge se deveu a um pedido formal, feito pelo ex-governador cearense, que tentava desmentir Wesley e negava o recebimento de uma propina de R$ 25 milhões da JBS no ano de 2014. F iel ao estilo dos Ferreira Gomes, Cid queria que o Supremo Tribunal Federal processasse Wesley Batista, da JBS, por mentir e envolver indevidamente seu nome no escândalo do pagamento de propina dentro da Lava Jato. Raquel Dodge compreendeu como verdadeiras as afirmações de Wesley, que disse “ter feito repasses (R$ 25 milhões), a pedido de Cid, em troca de o Estado do Ceará pagar uma dívida tributária com uma empresa do grupo JBS”. A empresa era a Cascavel Couros. Dodge defendeu a delação de Wesley Batista e se recusou a abrir inquérito contra ele, como queria Cid, com a falsa justificativa da JBS ter omitido na delação o pagamento feito pelo Governo do Estado nos três anos anteriores à eleição de 2014, em créditos de R$ 41 milhões de ICMS. Ministério Público Federal arrebentou Cid A procuradora Raquel Dodge calou a defesa de Cid em seu parecer, defendendo que o empresário e delator Wesley Batista usou uma figura de linguagem, quando disse que “o Estado não pagou um centavo”, quando na verdade a JBS recebeu R$ 41 milhões no período de 3 anos. Dodge fulmina as pretensões de Cid de anular a delação que o acusa de receber propina de R$ 25 milhões: “o simples uso deste recurso exagerado - não ter recebido um centavo -, na narrativa do colaborador, não pode conduzir à tipificação da conduta”. E prossegue o parecer do Ministério Público Federal: “os pagamentos no total de R$ 41 milhões ao longo de 3 anos e o pagamento de R$ 110 milhões apenas no ano de 2014 na verdade corroboram (comprovam) o que foi narrado pelo colaborador (delator) Wesley Batista”. Em suma: para a procuradora Raquel Dodge, Cid recebeu sim a propina de R$ 25 milhões, como acusa Wesley Batista. Mais decisões da Procuradora Federal O cenário de Cid é tenebroso. Não há como o ex-governador se preocupar, agora, em inviabilizar a reeleição de Camilo ou barrar as pretensões dele de se aliar ao presidente do Senado, Eunício Oliveira. Cid precisa se salvar. Requereu que as denúncias o envolvendo em propina fossem apuradas pelo STF. A procuradora Raquel Dodge se posicionou da seguinte forma: 2010, onde não tem a participação de nenhuma autoridade, o caso virá para a Justiça Federal do Ceará. Já o pagamento da propina de R$ 25 milhões em 2014, que teria sido recebida pelo deputado federal Antonio Balhman, Dodge defende que a apuração continue no Supremo. O azar de Cid é que o STF está sendo bem mais rígido com os políticos em suas condenações com os magistrados federais nos estados. Caso da JBS ameaça liberdade de Cid Os irmãos Joesley e Wesley Batista estão presos há mais de 105 dias. Não há perspectiva deles serem soltos. Todos os recursos interpostos no STF foram negados. Cid acompanha o drama dos Batistas diariamente. Sabe que o processo deles avança rapidamente. Os Batista viraram inimigos do presidente Michel Temer, que foi gravado por um deles, tanto que entre os ministros do Supremo e na Procuradoria Geral da República é consenso: Joesley e Wesley passarão uma longa temporada na cadeia. Ciente disso, Cid teme que, com o avançar do processo de Wesley, seu caso - colocar no bolso propina de R$ 25 milhões - já possa ser julgado em 2018 pelo ministro Edson Fachin. E o quadro que se avizinha é de tempestade para Cid. Suas chances de escapar de uma condenação hoje seriam mínimas. Cid teme se eleger e ser condenado O grande temor de Cid, que ele não admite nem para seu irmão mais velho e conselheiro Ciro Gomes, é recuar em sua desistência eleitoral, disputar um mandato de senador, ser eleito e, meses depois de tomar posse, ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), passando pelo vexame de trocar o Senado por uma cadeia, não esquecendo que enfrentará publicamente um processo de cassação, igual a que o deputado federal Paulo Maluf encarará no mês de fevereiro, por determinação do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia. Cid sabe dessas ameaças, daí estar repetindo que não é candidato a senador, e suas pretensões são: colocar Ciro no segundo turno presidencial e reeleger Camilo. A perspectiva de Cid ser preso inviabiliza a candidatura de Ciro ao Planalto. Confira mais na coluna Rebate, de Donizete Arruda, no Jornal do Cariri

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