Wagner critica manutenção da prisão cautelar contra PMs envolvidos na Chacina

22/03/17 16:23

O deputado Capitão Wagner (PR) criticou, nesta quarta-feira (22), a decisão do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) de negar o habeas corpus a policiais envolvidos na Chacina da Messejana. Para o deputado, há irregularidades no processo judicial. “44 PMs estão presos há sete meses sem a comprovação de que participaram do crime”.

Wagner defende que nenhuma testemunha foi ouvida no processo para apontar a participação dos policiais na chacina, e o inquérito judicial assinala que oito armas foram utilizadas no crime, porém nenhuma foi periciada.

“O inquérito é cheio de falhas, em que foram forjadas provas, como as localizações geográficas, no intuito e na sede de tentar responsabilizar os envolvidos no caso, o que culminou na prisão indevida e arbitrária desses 44 policiais. Não posso dizer com 100% de certeza que todos são inocentes, mas se dois ou três participaram do crime, não é justo punir 44”, destacou o deputado.

Organização criminosa

A decisão do TJCE, proferida na terça-feira (21) por unanimidade, defendeu que “a prisão cautelar dos acusados se faz necessária no intuito de resguardar as vítimas sobreviventes, seus familiares e as testemunhas até a conclusão processual”. Além disso, o relator do processo, o juiz Antônio Pádua Silva, afirmou: “Com base nas ações e omissões descritas na denúncia, há fortes indícios de que a situação posta em análise trata de organização criminosa“.

Inversão de valores

O parlamentar manifestou ainda a sua indignação com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que concedeu habeas corpus para cinco membros da organização criminosa Quadrilha dos Pipoca, especializada em ataques a banco e carros-fortes. “É um absurdo que, enquanto uma quadrilha é solta pela Justiça, 44 pais de família sejam mantidos presos sem nenhuma comprovação de envolvimento em crime. Isso não entra na minha cabeça, é uma completa inversão de valores”, lamentou Capitão Wagner.

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