Violência armada em Caucaia já deixou 334 pessoas mortas em 2020

Maioria dos crimes, conforme as autoridades, está ligada à ação de facções criminosas

Darlan Alban Guerra, bandido que comandava facção e mortes em Caucaia, foi morto pela Polícia no Rio de Janeiro

12/12/20 11:12

A violência armada em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, já  deixou, nada menos, que 334 pessoas mortas neste ano. A maioria dos crimes, conforme as autoridades, está ligada à ação de facções criminosas. São dezenas de vítimas de homicídios a tiros. Há os casos também de crimes de latrocínio (roubo seguido de morte) e feminicídios.

Um exemplo disse foram dois casos de duplo homicídio registrados no intervalo de apenas duas horas da madrugada e manhã da última terça-feira (8), quando quatro corpos de vítimas de assassinatos tiveram que ser recolhidos pelas equipes da Perícia Forense do Ceará (Pefoce) em diferentes pontos da cidade de Caucaia.

Ainda era madrugada quando moradores do Conjunto Marechal Rondon foram acordados com a informação de que dois corpos haviam sido jogados de um carro nas ruas daquela comunidade. Os cadáveres de dois jovens apresentavam diversas marcas de tiros e estavam a pouco mais de 100 metros um do outro. A Polícia investiga a “desova”.

Cerca de duas horas depois, já começo da manhã, dois homens foram mortos, também a tiros, na comunidade Santa Rosa. Foram identificados como sendo os irmãos Juciel e Gabriel Almeida de Souza, de 22 e 25 anos, respectivamente. Segundo apurou a Polícia, os dois eram irmãos do traficante de drogas Daniel Almeida de Sousa, o “Bola”, preso pela Polícia Militar em abril passado. “Bola” era um dos principais comparsas do bandido Darlan Alban Guerra, que comandava a facção criminosa Comando Vermelho em Caucaia e acabou morto numa troca de tiros com policiais civis no Rio de Janeiro, para onde tinha fugido.

No mesmo dia (terça-feira passada), mas à noite, o terceiro caso de homicídio foi registrado em Caucaia. Um homem até agora identificado apenas por “Zezinho”, foi assassinado a tiros em meio a uma embosca na antiga Estrada do Cumbuco.  O crime ainda é misterioso.

Mortes

Darlan Alban Guerra, morto no Rio de Janeiro, foi o mandante de vários crimes entre os 334 registrados neste ano em Caucaia. Ele e sua quadrilha aterrorizaram os moradores de várias comunidades daquela cidade, especialmente dos bairros Itambé I, Itambé II, Padre Júlio Maria e nas comunidades de Jandaiguaba e Santa Rosa.  Um de seus parceiros era também seu cunhado. Trata-se do traficante e homicida Cilas de Moura Araújo, o “Mago”, capturado em julho passado no Piauí. A dupla Darlan-Cilas é responsabilizada por mais de 50 assassinatos em Caucaia, a maioria com características de execução sumária. Alguns crimes foram praticados também com rapto ou seqüestro, torturas e ocultação ou destruição dos cadáveres.

Os feminicídios também contribuíram para a drástica estatística criminal em Caucaia neste ano. Entre o dia 1º de janeiro e 9 de dezembro, 31 mulheres foram assassinadas naquele Município, entre elas, seis adolescentes. Outras jovens foram executadas na guerra entre as facções GDE (Guardiões do Estado) e CV (Comando Vermelho).

Durante o mês de fevereiro, com a greve deflagrada por policiais militares, o Município de Caucaia foi um dos mais atingidos pela onda de insegurança e criminalidade que assolou o estado. Em apenas 28 dias, foram registrados ali  45 assassinatos, além outros casos de “desovas” e corpos já decompostos encontrados em matagais, manguezais e enterrados em cova rasa. A maioria desses crimes brutais segue sem a identificação de seus autores.

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