Vereador de Beberibe aparece em lista suja do trabalho escravo no Brasil

Eduardo Lima é do partido do senador Cid Gomes, o PSB

Eduardo Lima

Eduardo Lima

28/01/2025 9:21

O vereador de Beberibe Eduardo Lima (PSB) é um dos nomes da lista suja do trabalho escravo no Brasil. Ou seja, ele é responsável por negócios multados por manterem trabalhadores em condições análogas à escravidão.

Eduardo é dono da Fazenda Pimenteiras, que produz castanha de caju na região. Em uma operação realizada em 2022, o Ministério do Trabalho resgatou 22 pessoas, sendo dois menores de idade (17 e 16 anos), trabalhando de domingo a domingo, em um local sem água e banheiro, segundo relatório.

“Por essa razão, vimos fezes humanas espalhadas pelo chão, tendo em vista que à noite, os trabalhadores, por receio e por segurança, faziam suas necessidades diretamente no chão ao lado das casas”, relata um dos auditores que estavam na equipe de fiscalização. A maioria dos funcionários não tinha recebido os valores acordados pelo trabalho no dia da operação.

Em razão do trabalho infantil e análogo ao escravo, Lima recebeu 19 autos de infração. Como as multas não foram pagas, ele está inscrito na dívida ativa da União, e deve R$ 315.131,33.

Em tempo

Eduardo Lima é do mesmo partido do senador Cid Gomes, PSB. Legenda pela qual o FG está querendo mostrar força nas Eleições 2026.

Entenda

As irregularidades foram identificadas em operações realizadas por Ministério do Trabalho, Polícia Federal (PF) e Ministério Público Federal (MPF). Entre elas estão: falta de acesso à água potável, condições insalubres e exposição a substâncias tóxicas.

Os dados são de um cruzamento feito pelo g1 entre os 63 mil prefeitos e vereadores eleitos em 2024 e os das 717 pessoas e empresas que aparecem na última edição da lista suja do trabalho escravo, divulgada em abril daquele ano pelo Ministério do Trabalho e atualizada em dezembro.

Coordenador do programa de combate ao trabalho escravo da Comissão Pastoral da Terra (CPT), o frei Xavier Plassat, em entrevista para o g1, vê contradição em alguém autuado por trabalho escravo ser gestor público. “A gente pensa que uma pessoa que está [concorrendo] para um cargo de vereador ou prefeito está sempre em busca de um bem comum, mas vemos que, na prática, pode não ser bem assim.”

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