Túnel escavado na CPPL 3 daria fuga em massa a criminosos do PCC nas próximas horas

Criminosos planejavam escapar até, no máximo, o fim de semana, com ajuda externa. Uma vistoria acabou por frustrar a fuga em massa da facção. Secretaria da Justiça deverá instaurar uma investigação sobre a trama

A descoberta do túnel aconteceu na tarde desta terça-feira durante uma vistoria

08/08/18 8:47

Um extenso túnel construído nas últimas duas semanas daria fuga a dezenas de bandidos integrantes de uma facção criminosa recolhidos atualmente numa das principais unidades do Sistema Penitenciário do Estado, a Casa de Privação Provisória da Liberdade Professor Jucá Neto, a CPPL3, localizada no Complexo Penitenciário de Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). As escavações foram descobertas na tarde desta terça-feira (7), numa vistoria realizada por agentes penitenciários e policiais militares. A fuga de bandidos do PCC poderia acontecer nas próximas horas, segundo avaliaram as autoridades.

O túnel foi escavado a partir de uma cela de uma das Vivências (alas) e seguia até a área externa do conjunto de celas. Dali, certamente os detentos seguiriam até um determinado ponto do alambrado que circunda o presídio e escapariam por meio de um buraco feito previamente nas grades.

Com a descoberta da rota e do plano de fuga, as autoridades reforçaram a segurança na CPPL e tentam identificar os responsáveis pelas escavações. Eles poderão ser responsabilizados por danos ao patrimônio público.  Uma sindicância deverá ser instaurada pela Coordenadoria do Sistema Penal (Cosipe), órgão disciplinador da Secretaria da Justiça e da Cidadania (Sejus).

Lotado e loteado

O Sistema Penitenciário cearense, à exemplo do que ocorre em todo o país, está superlotado. Na última contagem realizada pela Sejus – em junho – a CPPL 3 contava com 1.274 presos, quando a sua capacidade é para abrigar até 944, uma superlotação de 35 por cento.

Nas 14 principais unidades do Sistema Penitenciário do Ceará, incluindo CPPLs, presídios e penitenciárias, havia até junho o total de 15.845 presos, quando o total de vagas é de 9.168, portanto um excedente de 6.667 detentos, com uma superlotação equivalente a 72,8 por cento da real capacidade de acomodação.

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