Suspensa por um mês visita a presos de 10 cadeias após morte do agente penitenciário

Segundo a medida adotada pela Secretaria da Justiça, os contatos físicos e íntimos de visitas aos presos têm servido para a troca de mensagens que visam beneficiar organizações criminosas e planejar atentados contra a vida dos agentes

Os presos ficarão 30 dias sem ter contato com sues familiares

08/03/18 12:27

Dez cadeias públicas da região Centro-Sul do Estado ficarão durante 30 dias sem visitas aos presos. A determinação partiu da Secretaria da Justiça e da Cidadania (Sejus), responsável pela administração do Sistema Penitenciário do Ceará. A medida foi publicada na edição do Diário  Oficial do Estado (DOE), na última terça-feira (6), quatro dias após o assassinato de um agente penitenciário na cidade de Orós (a 402 km de Fortaleza). A trama do crime teria sido ordenada por bandidos da facção PCC naquele presídio.

Conforme o documento, assinado pelo secretário em exercício da Sejus, Sandro Camilo Carvalho, o assassinato do agente Carlos Antônio Bezerra, na última sexta-feira (2), foi “uma afronta, retaliação e revide à instituição pública do estado do Ceará”. Ele citou também o caso do assassinato do agente penitenciário Reginaldo Soares da Silva, morto em situação semelhante no dia 25 de novembro de 2016.

No documento, o secretário ressalta, ainda, que a  medida tem como objetivo “permitir uma série de revistas que serão feitas nas 10 cadeias públicas para a retirada de material ilícito e garantir o adequado funcionamento dos estabelecimentos penais  e a segurança dos servidores do Sistema prisional”.

Sem visitas

Conforme a determinação, durante o prazo de 30 dias, ficarão sem visita os presos das cadeias públicas e presídios  de 10 municípios. São eles: Cedro, Icó, Iguatu, Ipaumirim, Jucás, Lavras da Mangabeira, Mombaça, Orós, Várzea Alegre  e Acopiara.

No mesmo documento, o secretário em exercício admite que há “carência de recursos humanos para  a manutenção da ordem e da garantia da segurança comunitária”. Ele explica que os contatos físicos e íntimos dos presos com as visitas têm se tornado uma “ferramenta” de coordenação e execução de ordens para beneficiar organizações criminosas e tais contatos têm servido  como meio eficaz para a difusão de mensagens  que estimulam  ataques aos servidores penitenciários, através de  mensagens portadas na internet.

Prisões

Ainda ontem, ao menos, três pessoas foram presas em Orós suspeitas de participação na morte do agente. Uma delas foi detida ainda de posse da arma e do distintivo da vítima, além de uma segunda arma que pode ter sido a utilizada para matar o servidor.

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