Sobreviventes da chacina na mansão em Aquiraz prestam depoimento na DHPP
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Sobreviventes da chacina na mansão em Aquiraz prestam depoimento na DHPP

Dentro desta casa de veraneio, no Porto das Dunas, em Aquiraz, ocorreu a chacina

05/06/2017 10:27

Cerca de 20 pessoas foram ouvidas em depoimento nas últimas 24 horas na sede da Divisão de Homicídios e proteção à Pessoa, a maioria, sobreviventes de um sêxtuplo homicídio ocorrido na noite do último sábado (3), em uma casa de praia no Porto das Dunas, em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). A “Chacina da Rua Búzios” é mais um capítulo da guerra travada entre duas facções criminosas pelo comando do tráfico no Ceará. O assassinato das seis pessoas ocorreu por volta de 21h10, quando os criminosos invadiram a mansão onde estava havendo uma festa de criminosos em comemoração à soltura do chefe do bando. Tratava-se de Davi Saraiva Benigno, que tinha apenas 23 anos de idade mas uma extensa ficha de crimes. Era apontado como chefe de uma quadrilha de traficantes de drogas sintéticas. Em 2015 ele foi preso numa operação da Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD) e, na tarde da última sexta-feira (2), ele saiu do presídio. No dia seguinte, sábado (3), seus comparsas decidiram comemorar a libertação do criminoso e alugaram uma casa de veraneio, de luxo, no Porto das Dunas, em Aquiraz. No local, estacionaram um “paredão” de som e começaram a farra na piscina, regada a churrasco e muita bebida. Além dos bandidos havia familiares deles, mulheres e crianças. Fuzilamento Mas a comemoração durou poucas horas. Ainda na noite de sábado, cerca de oito homens, usando dois veículos (entre eles, um Jeep Renegade), invadiram a mansão após derrubar o portão da garagem com um dos carros. O passo a seguir foi desembarcar já com as armas (pistolas de calibre Ponto 40), nas mãos e abrir fogo. Além de Dav Saraiva Benigno, foram também executados seus comparsas: Nilo Barbosa de Souza Neto, Mateus de Matos Costa Monteiro, Fernando dos Anjos Rodrigues Júnior, Klinsmann Menezes Cavalcante e Edmilson Magalhães, o “Bola”, este último, também traficante de drogas e chefe de quadrilha. Todos receberam tiros na cabeça, numa autêntica execução sumária. Acerto Áudios e vídeos postados nas redes sociais dão a dimensão dos momentos de pânico dentro da casa de praia no momento da invasão dos assassinos. O pavor tomou conta de quem ali estava e, para não morrer, muitos pularam o muro da residência. Outros se esconderam atrás de arbustos no jardim ou se trancaram nos quartos no pavimento superior da mansão. Patrulhas do Batalhão de Policiamento Turístico de Aquiraz foram as primeiras a serem acionadas via Ciops Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) para atenderem à ocorrência. Um provável “acerto de contas” entre duas facções seria, a princípio, o motivo da “Chacina da Rua Búzios”. Os mortos eram envolvidos, além do tráfico, com golpes financeiros. Pelo menos, um deles era tido como “cartãozeiro”. Tratava-se de Nilo Barbosa de Souza Neto.

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