Senador Pompeu recebe o reconhecimento da Câmara por tombar casarões da Seca
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Senador Pompeu recebe o reconhecimento da Câmara por tombar casarões da Seca

Prefeito Maurício Pinheiro foi convidado especial da Comissão de Turismo da Câmara

Prefeito Maurício Pinheiro discursou na solenidade realizada pela Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados, em Brasília

21/11/2019 14:24

O Município de Senador Pompeu (a 273Km de Fortaleza) foi homenageado pela Câmara dos Deputados, em Brasília, pelo recente ato municipal de tombamento histórico  dos casarões que serviram como “currais humanos” ou campos de concentração para milhares de retirantes da seca de 1932. O prefeito do Município, Maurício Pinheiro (PDT), esteve naquela Casa, onde foi recepcionado pela presidência da Comissão de Turismo.

Em pronunciamento durante a sessão da Comissão, Pinheiro ressaltou a “história triste, mas que precisa ser contada” sobre a política de exclusão que, na época,  os governos federais e estaduais colocaram em prática, para impedir que milhares de retirantes da seca, castigados pela fome e sede, chegassem à Capital cearense através de trens, carroças ou mesmo à pé, em busca de sobrevivência.

Segundo Pinheiro, para “fechar a porta” e impedir  que Fortaleza fosse tomada por milhares de  flagelados, o governo instalou verdadeiros “currais humanos” nas cidades de Senador Pompeu, Crato, Cariús, Quixeramobim e Ipu, além da própria Capital.  Destes, apenas o de Senador Pompeu está de pé, foi conservado e agora recebeu do Município o tombamento histórico.

“Eram barracos onde as pessoas ficavam presas, como se fossem animais, verdadeiros campos de concentração construídos bem antes mesmo dos que foram criados pelos alemães na Segunda Guerra Mundial”, afirmou o prefeito.  Por conta disso, as cidades acabaram sendo esvaziadas, diante do medo do flagelo da fome, da sede e das doenças.

Triste história

“Nossa cidade (Senador Pompeu), que chegou a ser a décima economia do estado, hoje virou um município com apenas 25 mil habitantes”. De acordo com o prefeito, o tombamento dos casarões, em julho último, foi uma forma de ser lembrada a triste história de exclusão social. Em 1982, segundo ele, o padre Albino Donatti iniciou uma campanha pelo tombamento.

Conforme Maurício Pinheiro, sob a sua administração, o Município deu passos importantes para que “essa história não seja esquecida pelos cearenses”. Além do tombamento, à cada ano é realizado o evento “Caminhada Seca” e, neste ano, reuniu um público recorde naquele Município. Citou a fé do povo nas “Santas Almas da Barragem”, que seria o primeiro santo coletivo do País.  “Precisamos manter a história e rever os prejuízos que foram causados ao povo cearense por uma política de exclusão, para criarmos, cada vez mais, políticas  de inclusão”, concluiu.

Assista o vídeo do pronunciamento do prefeito na Câmara, em Brasília:

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