Saiba mais sobre a vacina considerada a maior aposta do governo brasileiro

Oxford/AstraZeneca foi aprovada na última quarta-feira (30) pelo Reino Unido

01/01/21 8:23

A vacina contra a Covid-19 de Oxford/AstraZeneca, aprovada na última quarta-feira (30) pela agência sanitária regulatória do Reino Unido, é a maior aposta do governo brasileiro no controle da pandemia do país.

Ela está no plano de imunização nacional do Ministério da Saúde e será produzida pelo Brasil pela Fiocruz, que poderá pedir o registro oficial pela Anvisa até o próximo dia 15 deste mês.

O jornal O Globo publicou uma série de perguntas e respostas sobre a vacina.

Se a vacina já foi aprovada no Reino Unido, por que ainda não foi no Brasil?

Porque, até agora, o processo de registro da vacina no Brasil não recorreu ao método de submissão emergencial, como aconteceu no Reino Unido. Em vez disso, segue o método de submissão continuada, ou seja, convencional. Na prática, isso significa que alguns resultados de testes sobre eficácia e segurança — coordenados no Brasil pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) — ainda precisam ser entregues à Anvisa para que o pedido de registro seja feito formalmente. Só então a agência poderá aprovar a vacina.

A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, disse nesta quarta-feira (30) que a instituição apresentará à Anvisa a documentação completa e o pedido de registro da vacina até o dia 15 de janeiro.

Por outro lado, Trindade também afirmou que a Fiocruz está estudando a possibilidade de submeter um pedido de uso emergencial à agência. A Anvisa e a AstraZeneca se reuniram para tratar do assunto. Na ocasião, ficou estabelecido que um possível pedido de autorização emergencial virá da Fiocruz. Assim, como Trindade sugeriu, pode ser que a aprovação chegue antes mesmo do dia 15.

No Brasil, assim como em outros países, as aprovações de emergência levam em conta o parecer de outras agências sanitárias regulatórias internacionais. Portanto, para Marco Krieger, vice-presidente de produção e inovação em Saúde da Fiocruz, a autorização da MHRA (equivalente à Anvisa do Reino Unido) abre uma perspectiva favorável para a vacina de Oxford no Brasil. No entanto, a lei 13.979, que aborda a aprovação emergencial de imunizantes para a Covid-19 no país, não menciona a agência britânica, embora mencione agências de outros países, como Japão, China e Estados Unidos.

Como será a produção da vacina no Brasil?

A fabricação da vacina de Oxford no Brasil será realizada pela Fiocruz, em parceria com a farmacêutica britânica AstraZeneca. O acordo firmado entre a fabricante, a Fiocruz e o Ministério da Saúde prevê a fabricação de 100,4 milhões de doses até o primeiro semestre de 2021, sendo 30 milhões no primeiro trimestre. O material será entregue ao Ministério da Saúde, que se encarregará de sua distribuição.

Como foi criada a vacina de Oxford?

Ela é baseada num tipo de vírus chamado adenovírus. Via de regra, o adenovírus usado em sua fórmula, o ChAdOx1, contamina chimpanzés. Modificado em laboratório, o ChAdOx1 conduz para dentro das células uma espécie de material genético que produz a proteína S, ou “spike”, do vírus Sars-Cov-2. Essa proteína tem a função de adentrar as células humanas, provocando a Covid-19.

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