Quadrilha presa pode ter lesado duas mil pessoas no golpe da venda de imóveis

Criminosos usaram uma associação para o golpe em nome do "Minha Casa, Minha Vida"

Delegado Jaime de Paula Pessoa Linhares prendeu a quadrilha de estelionatários

07/08/19 9:04

Pode chegar a dois mil o número de pessoas lesadas no golpe da Casa Própria, praticado por uma quadrilha formada pela diretoria de uma associação de moradores do bairro Conjunto José Walter, na zona Sul de Fortaleza. A Polícia Civil, através da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF), prendeu cinco pessoas envolvidas no crime.

Até policiais militares se tornaram vítimas da fraude com a promessa da compra de imóveis à baixo custo do programa “Minha Casa, Minha Vida”. O golpe pode chegar a R$ 2 milhões.

De acordo com a Polícia, a quadrilha de estelionatários usou a “Associação Realizando Sonhos”, do Conjunto José Walter, para praticar a falcatrua, que foi desde o cadastramento dos interessados nos imóveis, ao recolhimento de supostas taxas e parcelas de entrada de apartamentos e casas. As entradas variavam de R$ 1.300,00 até R$ 10 mil. E as parcelas ficavam, em média, em R$ 600,00.

De acordo com o delegado da Polícia Civil,  Jaime Paula Pessoa Linhares, titular da DDF, até mesmo policiais acabaram caindo no golpe e os estelionatários apregoavam que, com a presença de policiais morando no condomínio, não haveria a presença de facções e, portanto, ninguém correria o risco de ser expulso de seus imóveis.

A quadrilha

Estão presos: Ana Paula Clemente da Silva, 38 anos, presidente da “Associação Realizando Sonhos”; Sérgio Luiz Ferreira Rios Filho, 27 anos, vice-presidente da entidade; Wellington Fábio Lima da Costa, 27; Emerson Bento de Souza, 40 anos; e Maria Clemilda Vasconcelos Borges, 34 anos.  Todos fazem parte da diretoria da associação que aplicou o golpe.

Eles tiveram prisão preventiva decretada pela Justiça. Antes, foram autuados em flagrante pelos crimes de por estelionato, associação criminosa, falsificação e uso de documentos públicos e particulares, além de falsidade ideológica.

Com eles, foram encontrados documentos que comprovavam o golpe, como fichas de cadastro, recibos, declarações de beneficiários da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, contratos de alienação fiduciária, termos de desistência, listas com nome dos associados, além de agendas com anotações, cadernos de movimento de caixa, carimbos, cartões de apresentação da associação, um HD portátil e um pendrive, 14 aparelhos celulares e oito notebooks. Também foram apreendidos R$ 8,8 mil em espécie.

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