PT mostra força de Camilo e Elmano querendo eleger prefeitos no Cariri

Coluna Rebate - Jornal do Cariri

26/03/24 12:03

O lançamento da candidatura de Fernando Santana a prefeito de Juazeiro do Norte, no sábado (23), foi uma festa para mostrar a força do PT no Cariri. Sob o comando do líder do Governo Lula, José Guimarães, o PT apresentou os seus 21 candidatos a prefeito, nos 29 municípios do Cariri. A contagem do presidente estadual, Antonio Conin, é por demais otimista. Conin espera eleger no mínimo 20 prefeitos, emplacando os três prefeitos do Crajubar. Fernando Santana em Juazeiro do Norte, reeleger Guilherme Saraiva em Barbalha, e emplacar o candidato do prefeito Zé Ailton Brasil, no Crato. Esse nome só deve ser lançado no início do mês de maio. Contudo, o mais cotado continua sendo o atual chefe de gabinete, Rondinelli Brasil. Nesse evento festivo do PT, em Juazeiro, foram notadas as ausências do governador Elmano de Freitas e do ministro da Educação, Camilo Santana. Ambos estavam no Cariri, mas preferiram não comparecer. Justificaram que para aparar as arestas petistas com a base aliada do Abolição, o melhor era articular uma pacificação dos partidos aliados ao Governo Elmano. Daí as ausências para acalmar aliados que ameaçam uma rebelião, em protesto contra a ação de cooptação de Guimarães e do PT. O protesto da base governista é contra o desejo do PT e Guimarães saírem das eleições de outubro, como o maior partido do Ceará. Se possível, ultrapassando a barreira do velho PDT, que teve, até a briga dos irmãos Ciro e Cid Gomes, 66 prefeitos.

Fernando Santana escolheu polarizar com Glêdson

A candidatura de Fernando Santana não vai fugir das polêmicas, nem dos embates com o prefeito Glêdson Bezerra, candidato à reeleição. Mesmo depois de ter feito um duro ataque a Glêdson, acusando de formar “o time do ódio”, Glêdson esteve ao lado do ex-presidenciável Ciro Gomes, que cumpriu agenda pública no sábado, no Cariri, e na ocasião, acusou Fernando Santana de não honrar com seus compromissos. Fernando reagiu e não poupou novos contra-ataques: “Ainda neste domingo, dia 24, caminhando, andando, dialogando aqui na terra de Padre Cícero, me deparei, agora, com uma senhora. Ela olhou nos meus olhos, me deu um grande abraço e disse que Deus tocou no coração dela, para me dizer essas palavras, que eu sou uma promessa para tirar Juazeiro do desastre que se encontra. Eu disse para ela que não me acho uma promessa dentro da minha humildade, mas que se essa promessa for abençoada por Deus, que eu seja. E que nós possamos, juntos com a população e com o time do Fernando Santana, que é Lula, Camilo e Elmano, fazer muito mais, fazer Juazeiro melhorar a qualidade de vida da nossa população. As palavras dela me tocaram profundamente.”

Confronto Fernando versus Ciro provoca tensões

A presença de Fernando Santana no palco da festa do PT ou nas suas redes sociais mostrou que o candidato petista em Juazeiro não deixará Ciro sem respostas: “ esse senhor Ciro, com palavras desqualificadas, sempre vem aqui ao Cariri, atacar Camilo Santana, o maior governador da história desse Ceará.” Ciro até um dia desses reconhecia “que Camilo fez muito pelo Cariri, que fez muito aqui por Juazeiro do Norte e que faz muito pelo Ceará”. Não poupou novamente Ciro: “Que vergonha esse Ciro Gomes, uma figura desqualificada, vir ao Cariri só para atacar nosso ministro Camilo na terra dele, e o prefeito Glêdson, do lado, concordando com tudo. Isso é um desrespeito com todos nós juazeirenses, que reconhecemos tudo que Camilo Santana fez pela nossa cidade. Camilo merece respeito, prefeito.” Fernando Santana não se intimidou com o bate-boca com Ciro: “ É tanta desconsideração, que vocês estão vendo aí que Camilo está trabalhando para trazer um hospital universitário para a região do Cariri e instalar aqui em Juazeiro do Norte”. Só que o ódio de Ciro, junto com o Roberto Cláudio cega”. E o prefeito Glêdson aliado de Ciro e Bolsonaro se juntaram, formaram “ um time para difamar Camilo, difamar as pessoas que trabalham pela população de Juazeiro do Norte.

Metralhadora de Ciro a serviço da oposição

Ciro Gomes não tem poupado esforços para se apresentar como contraponto do ministro Camilo e do PT no Ceará. Durante sua passagem pelo Cariri no sábado, pela primeira vez depois do rompimento com o irmão, senador Cid Gomes, Ciro sinalizou que uma recomposição deles não deve ser descartada no futuro político do Estado. Até porque, Cid Gomes insiste em contestar a escolha feita por Camilo, de apoiar à candidatura de Evandro Leitão à prefeitura de Fortaleza, pelo PT. O discurso de Cid é exigir compartilhamento de poder, obrigando o PT a desistir de Evandro e lançar o nome do secretário de Desenvolvimento Econômico, Salmito Filho. Outra exigência é a presidência da Alece. Nesse contexto, Ciro reforçou as diferenças entre os governos do irmão e de Camilo, durante entrevista coletiva, em Barbalha: “Não havia um hospital sequer no interior do estado do Ceará público. Hoje, eu andei pela Estrada da Morte, que assim era chamada, que dupliquei, ligando Juazeiro a Barbalha, passei pelo hospital regional que o Cid fez” É bom registrar: “foi o primeiro grande hospital regional do interior do Ceará”. Não satisfeito, Ciro resolveu creditar ao governo Camilo, a questão do aumento da violência no Estado: “Quem é que ouvia falar em facção criminosa em governos como o nosso, que tínhamos autoridade?” Se refere ai aos governos dele e de Cid Gomes. Cria uma separação com Camilo: “Quem ‘tá’ com medo hoje, se lembra quando é que começou essa história de facção. Quem ‘tá’ com medo, se lembre quando começou. Facção mandar na periferia, mandar na Capital e no interior começou, 05, 06, 07 anos.”

Glêdson abre uma frente de batalha com vereadores

A campanha à reeleição do prefeito Glêdson Bezerra será marcada por disputas com o Abolição e seus partidos aliados, e em Juazeiro do Norte, um campo de batalha para fragilizar a sua candidatura será a Câmara dos Vereadores. Ciente desse conflito, Glêdson resolveu, com sua equipe de assessores, esticar a corda. E ir para a briga, apresentando a sua narrativa sobre a operação do MPCE, via Procap, que investiga o contrato do lixo da administração Glêdson. Atacado pelo vereador Márcio Jóias, Glêdson reagiu. E foi aberta uma disputa entre o vereador Márcio Joias e o prefeito Glêdson Bezerra, que pela intensidade dos duelos verbais, deve ir parar na Justiça. Márcio é um dos autores da denúncia do contrato do lixo. Sem demonstrar qualquer receio, o prefeito Glêdson retaliou Márcio Jóias: soltou um áudio de Márcio assumindo que ganhava dinheiro com o contrato antigo, durante a administração passada. Segundo a denúncia exposta pelo prefeito Glêdson, Márcio Jóias recebia R$300 mil por aluguéis de máquinas, que sequer realizariam os serviços de limpeza. Márcio Jóias assegura ter provas das irregularidades no contrato do lixo. Esse material, inclusive, já está no Ministério Público de Juazeiro do Norte. Esse confronto do prefeito Glêdson contra a Câmara agitará a corrida eleitoral em Juazeiro.

Camilo Santana articula para indicar vice de Fernando

O ministro Camilo Santana permaneceu em Juazeiro, no domingo, com uma missão: conversar com as principais lideranças aliadas ao Abolição, para definir quem é o melhor candidato a vice na chapa do petista Fernando Santana. Camilo se reuniu com os ex-prefeitos Arnon Bezerra e Luiz Ivan. Ambos estão bem cotados para a vice. Um terceiro nome colocado nas mesas de negociações é do secretário Nelinho Freitas. Tanto Arnon, quanto Luiz Ivan aceitaram ser vice de Fernando Santana. Bem diferente do comportamento de outro suposto aliado: deputado Davi Macedo e o pai Raimundão. As suas ausências foram notadas no lançamento de Fernando Santana. No mesmo sábado, Raimundão estava na homenagem a Padre Cícero, cortando o bolo de 180 metros, ao lado do prefeito Glêdson. Isso foi notado. Davi insiste em ser candidato a prefeito. Espera, apenas, que o segundo turno seja confirmado, para lançar seu nome, com aval do MDB, de Eunício Oliveira. O MDB do deputado Yury do Paredão está fechado com Elmano e Camilo no apoio a Fernando Santana. Yury, em colisão interna no MDB, avalia que não fez uma boa escolha ao ingressar no partido.

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