A Sociedade de Propósito Específico, a SPE Águas de Fortaleza, se posicionou no último sábado (16) contra o parecer da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que havia novamente se oposto à obra da Usina de Dessalinização do Ceará. Em resposta, consórcio responsável pela Dessal “declarou que a obra não traz qualquer ameaça aos cabos ou aos centros de processamento de dados que existem no local“.

O presidente da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), Neuri Costa, em entrevista exclusiva concedida ao portal CN7, neste domingo (17), defendeu a obra e reafirmou a continuidade do projeto.

“O principal ponto que era a proximidade com os cabos, nós atendemos àquele instituo internacional de proteção de cabos submarinos, que recomendava que os tubos ficassem a pelo menos 500 metros de distância, e isso nós fizemos. Os tubos estão a 567 metros de distância, então não tem qualquer problema. Atualmente eles (Anatel) alegam que a tubulação pode prejudicar os cabos, mas hoje já temos 1.204 interferências entre cabos e tubos de água e esgoto da Cagece ali na Praia do Futuro. Hoje já é normal ter dentro do continente, tubulações, cabos, rede elétrica, gás e drenagem“, disse.

O parecer contrário a construção da usina de dessalinização na Praia do Futuro, em Fortaleza, divulgado na última sexta-feira (15), reitera a oposição da Agência à obra e recomenda a alteração do local da construção. Segundo o texto do parecer, a usina irá utilizar jatos de alta pressão de rejeitos com concentração de sal que podem provocar pertubações no leito marinho, atualmente ocupado pelos cabos de telecomunicações.

Sobre o texto da Anatel, Neuri falou que a Agência parece advogar pelas empresas “É um tipo de parecer que só atende e parece que está advogando para as telefônicas. Desde o início é isso que vem acontecendo“.