Os seguidos aumentos no número de mortos em decorrência da pandemia da Covid-19 ligou o sinal de alerta nas fábricas de caixões, no Brasil. "Pode haver desabastecimento", afirmou o presidente da Associação dos Fabricantes de Urnas do Brasil (Afub), Antônio Marinho, neste sábado (13) em entrevista ao site Uol.

Segundo Antônio Marinho, a matéria-prima está em falta e o desbastecimento em empresas que prestam serviços funerários pode ocorrer em breve. "[Estão em falta] Principalmente o MDF [painel de madeira], o TNT [tecido não tecido, feito de polipropileno] e o aço. Esses produtos sumiram do mercado", relatou. Historicamente, as fábricas produzem mil caixões diariamente. Porém, com a pandemia do coronavírus, esse número aumentou em 20%. "Poderíamos até dobrar, mas não tem como fazer isso sem a matéria-prima", explicou.

Um dos causadores da crise no ramo é o aumento nos preços dos materiais utilizados para a fabricação das urnas. "Tivemos queda na margem de lucro, não houve condições de repassar todo o aumento de 20% dos custos para os preços das urnas". Atualmente, a Afub reúne 15 das maiores fabrincantes de caixões no Brasil. O número corresponde a 70% do mercado nacional.