Polícia suspeita que dinheiro do tráfico de drogas financiava campanha de candidato
Cerca de R$ 113 mil foram encontrados com suspeito de comandar tráfico no Mucuripe

Cerca de R$ 113 mil estavam embalados em sacos plásticos
06/10/2018 12:31
A Polícia Civil e a Justiça Eleitoral vão investigar em conjunto com a Receita Federal a origem e a destinação do grande volume de dinheiro apreendido nesta sexta-feira (5) com um homem suspeito de comandar o tráfico de drogas em vários bairros da zona Leste de Fortaleza, como Vicente Pinzón, Serviluz, Cais do Porto e Castelo Encantado, no Grande Mucuripe. Há suspeitas de que tráfico estaria por trás da campanha política de um candidato com reduto eleitoral nas favelas da área.
O homem preso foi posto em liberdade logo após prestar depoimento, já que a Polícia Civil não encontrou provas de crime. No entanto, o dinheiro ficou apreendido e sua origem e destinação serão investigadas. O homem detido foi identificado como Francisco Odaíldo Facundo de Melo, 38 anos, conhecido por “Vaqueirinho”, que, comandaria o tráfico de drogas naquela região da cidade.
O suspeito foi detido por policiais militares do Batalhão de Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas (BPRaio) na manhã de sexta-feira. Os PMs faziam o patrulhamento diário nas ruas do Vicente Pinzón quando avistaram o homem apontado como o chefe do tráfico na região. Ao perceber a chegada dos policiais, “Vaqueirinho” correu e entrou em uma casa. A Polícia fez um cerco e ao entrar no imóvel encontrou vários sacos plásticos contendo milhares de notas de reais, dividas em maços, totalizando cerca de R$ 113 mil, dinheiro que, supostamente teria sido arrecadado na venda de drogas e que seria utilizado para a compra de votos por um candidato da região.
Lavagem???
Na delegacia do 9º DP (Vicente Pinzón), o suspeito alegou que o dinheiro era seu, oriundo de suas atividades que ele citou como aluguel de imóveis e barracas de venda de peixe e crustáceos na Beira-Mar. “Vaqueirinho” alegou que “prefere” guardar o dinheiro em casa a depositar em uma conta bancária.
A Polícia não encontrou drogas nem armas ou outro objeto ilícito na residência. Por conta disso, não houve provas ou indícios para que o suspeito fosse autuado em flagrante. “Vaqueirinho” é temido na região e já responde por assassinatos, tráfico de drogas e crime ambiental.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) um inquérito foi instaurado através de portaria e vai investigar a suspeita de crime de lavagem de dinheiro.
Candidato nega
O deputado federal Vaidon (Pros) negou qualquer vínculo pessoal ou político com o traficante "Vaqueirinho". Ele afirma que, mesmo morando em
um dos bairros controlado por "Vaqueirinho", não "mistura sua vida pública com relações pessoais". Afirma conhecê-lo, porém não mantém nem amizade nem tem dele apoio eleitoral.
O Ministério Público Federal irá investigar a origem desse dinheiro de "Vaqueirinho" e saber se há envolvimento dele na campanha de Vaidon.
Outros dois deputados também estão sendo investigados por aliança com o tráfico de drogas na Capital: o deputado Federal Adail Carneiro (PODEMOS) e o deputado estadual Fernando Hugo(PP).
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