Polícia Civil indicia 23 pessoas por fraudes em licitações em Altaneira - Cn7 - Sem medo da notícia
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Polícia Civil indicia 23 pessoas por fraudes em licitações em Altaneira

Uma organização criminosa se instalou na prefeitura para desviar o dinheiro público

No último dia 10, a Polícia Civil fez uma megaoperação para desarticular a quadrilha em Altaneira e outras cidades do Cariri

30/12/2020 11:35

Vinte e três pessoas foram indiciadas em um inquérito instaurado pela Polícia Civil do Ceará para apurar crimes de fraudes em licitações, lavagem de dinheiro, peculato, corrupção ativa, corrupção passiva, dispensa ilegal e formação de organização criminosa. A investigação culminou na “Operação Salus”, que desmontou uma quadrilha que desviava dinheiro público dos cofres da Prefeitura do Município de Altaneira, na região do Cariri (a 550Km de Fortaleza).

A apuração dos crimes foi realizada pelo Núcleo de Repressão à Lavagem de Dinheiro e Combate à Corrupção (NRLD), com início em janeiro do ano passado, e acabou por desarticular   uma intricada  teia de crimes praticados pela quadrilha chefiada pelo empresário do ramo farmacêutico Francisco Freires de Moura, conhecido por “Dean”; em parceria com o então secretário de Saúde do Município, Luan Kaio Feitosa Duarte. Também liderava a quadrilha o funcionário municipal Rômulo Almeida Amorim.

Durante a investigação, a equipe comandada pelo delegado Giuliano Vieira Sena comprovou que a organização criminosa era dividida em três núcleos: financeiro,  administrativo/operacional  e empresarial. Cada um deles era responsável por executar as etapas e atividades criminosas nos processos fraudulentos de licitação para a compra de insumos pela Prefeitura Municipal de Altaneira.

Sigilos quebrados

Com o aprofundamento da investigação, ficaram evidenciadas as fraudes nas licitações com provas colhidas através da quebra dos  sigilos telefônico, bancário e fiscal dos suspeitos, reforçadas por relatórios  de inteligência financeira elaborados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que teriam detectado “movimentações  (de dinheiro) suspeitas” nas contas dos investigados.

Ainda de acordo com o trabalho investigativo, o chefe da quadrilha (empresário Francisco Freires de Moura) contava com a colaboração de familiares e até de sua ex-esposa, que tinham contratos com o Município. Diversos servidores da Prefeitura “colaboravam” para o desvio das verbas através das fraudes nas licitações, entre eles, a presidente da Comissão de Licitações, Edileuza Duarte da Silva Oliveira, conhecida como “Deusa”;  além de Alan Cirino Martins Pereira, o “Alan Tesoureiro”.

Indiciados

Ao final do inquérito não foi possível, ainda, comprovar o valor total ou parcial do prejuízo causado aos cofres da Prefeitura de Altaneira.  Contudo, foram indiciados como envolvidos nos crimes as seguintes pessoas: Luan Kaio Feitosa Duarte, Marecir Pereira da Silva Venâncio, Ariovaldo Soares Teles, Edileuza Duarte da Silva Oliveira, Maria Luzanira Ferreira Estevão, Antônia Renata Soares Silva,  Luiz Daniel Dias de Sousa, Jamilla Nogueira Landim Rufino, Juscelino Gonçalves Ferreira, Edivânio Pereira Tributino, Francisco Freires de Moura, Fabíola Bezerra de Oliveira, Ítalo Duarte da Silva, José Humberto Batista, Daniela Pereira da Silva, Raimundo Soares da Silva, Alan Cirino Martins Pereira, Edycler Jéfesson Teles de Sousa, Jackson José Pereira, Mosalisa Freire Fernandes, Jéfessor Pereira Soares, Rômulo Almeida Amorim e Tiago Estevão de Sousa.

Muitos dos indiciados atuaram também como “laranjas” no processo de lavagem de dinheiro. A Polícia também identificou as empresas que serviram de fachada ou meio para os golpes. São elas: Francisco Freires de Moura-Drogaria (Farmácia Mãe Glória), Casas Lotéricas Damas de Ouro Ltda. (Lotérica Mega Sorte).

A operação  

Na manhã do último dia 10, a Polícia Civil deflagrou a “Operação Salus”, sendo cumpridos 113 mandados judiciais de busca e apreensão nos municípios de Altaneira, Nova Olinda, Antonina do Norte, Aurora, Crato, Barbalha, Juazeiro do Norte e Beberibe

Foram cumpridos 51 mandados de busca e apreensão, 13 de prisão preventiva, 14 de afastamento e 35 de sequestro de bens. De acordo com o delegado Giuliano Sena, a operação foi o resultado de oito meses de investigação. A ofensiva teve  a participação de 120 policiais civis.

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