Extermínio: PMs são presos no Quartel suspeitos da chacina em Quiterianópolis

Um tenente e dois soldados foram presos hoje no Quartel e levados para o Presídio

Os cinco jovens foram executados dentro de uma residência

15/12/20 11:50

Um oficial e dois soldados do Batalhão Especializado de Policiamento do Interior (BEPI) foram presos na manhã desta terça-feira (15), suspeitos de formarem um grupo de extermínio e de terem comandado a chacina que deixou cinco pessoas mortas em outubro último, na cidade de Quiterianópolis (a 397Km de Fortaleza).   A prisão ocorreu dentro Quartel do Bepi, na Rodovia estadual CE-065. No local foram cumpridos mandados de busca e apreensão.

A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) confirmou a operação realizada em conjunto  pela Delegacia Municipal de Quiterianópolis, Regional de Tauá, e pelos departamentos de Polícia Judiciária do Interior Sul (DPJI-Sul), de Inteligência Policial (DIP) e de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Os policiais presos na operação foram identificados como tenente Charles e os soldados Dian e Fabrício. Os três foram levados do Quartel do Bepi direto para o Presídio Militar. Eles estavam nas dependências da unidade militar quando o local foi cercado por agentes da Coordenadoria de Inteligência (Coin) e da Delegacia de Assuntos Internos (DAI), da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos da Segurança Pública e do Sistema Penitenciário (CGD).

Mortes

De acordo com as investigações, os três militares teriam sido os responsáveis por vários crimes de morte naquela região do estado, entre elas, os assassinatos de cinco pessoas na manhã do dia 18 de outubro, em Quiterianópolis.

Os mortos foram identificados como Antônio Leonardo Oliveira Silva, 19 anos; Etivaldo Silva Gomes, 23; Gionnar Coelho Loiola, 30; Irineu Simão do Nascimento, 25; e José Renaique Rodrigues de Andrade, 21. A chacina aconteceu no alpendre de uma residência onde as vítimas estavam bebendo. Todos foram obrigados a deitar no chão e receberam tiros de pistola na cabeça, numa autêntica execução sumária.

Entre os mortos estava o dentista Gionnar Coelho Loiola, que era natural de  Crateús e filho de um sargento da Reserva da Polícia Militar. Ele teria sido morto apenas por estar no local onde também estavam as pessoas que seriam os verdadeiros alvos dos militares. Os PMs teriam ido ao local em um veículo modelo Corolla, prata, com a intenção de eliminar suspeitos de crimes na região e acabaram matando o dentista que tinha apenas parado ali para descansar e tomar cervejas com amigos.

Os três militares tiveram prisão temporária decretada. Os agentes fizeram um “pente-fino” no quartel do Bepi e os militares que ali estavam foram obrigados a deixar as dependências do órgão enquanto era realizada a operação.

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