A Polícia Federal (PF) deflagrou, nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (14), a Operação Inocência Protegida XII, ação integrada de combate à exploração sexual infantil na internet. A investigação teve como alvo um endereço residencial em Fortaleza, apontado como ponto de origem de mais de 400 arquivos distintos com material de abuso sexual de crianças e adolescentes, compartilhados ao longo de um ano. O mandado de busca e apreensão, expedido pela Justiça Federal, foi cumprido por equipes especializadas da PF, com o objetivo de interromper a prática criminosa, reunir provas adicionais, identificar eventuais vítimas e individualizar a autoria dos delitos. Segundo os investigadores, os levantamentos iniciais mostraram que a conexão de internet do local vinha sendo usada para o envio massivo de arquivos ilícitos. No entanto, até aquele momento, não havia certeza sobre quem, dentro da residência, operava os dispositivos utilizados no crime.

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Durante as diligências, foram apreendidos computadores, mídias de armazenamento e aparelhos de telefonia móvel. Em um dos equipamentos, os agentes localizaram conteúdo sexual explícito envolvendo menores de idade. Diante da constatação e após o morador admitir a prática criminosa, ele foi preso em flagrante.

O investigado deverá responder por oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir ou divulgar, por qualquer meio, material pornográfico envolvendo criança ou adolescente. A pena para o crime varia de três a seis anos de reclusão. A Polícia Federal destacou que, mesmo com pena inferior, o crime de armazenamento passou a ser classificado como crime hediondo, conforme alteração recente da Lei nº 8.072/90, o que impede a concessão de fiança e impõe regime inicial de cumprimento de pena mais severo.

Além das sanções criminais, os investigadores alertam que o material apreendido passará por análise minuciosa para tentar identificar possíveis vítimas e verificar se há ligação com outras redes criminosas, no Brasil ou no exterior. A operação faz parte de uma estratégia nacional de combate à exploração sexual infantil online, que vem sendo executada em fases, cada uma com alvos específicos mapeados a partir do monitoramento de ambientes virtuais.

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A PF reforçou ainda que o ambiente digital não é um espaço anônimo ou livre de fiscalização e que crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes têm prioridade máxima de investigação. “Nosso compromisso institucional é com a proteção dos mais vulneráveis. É fundamental que pais e responsáveis participem ativamente da vida online das crianças, orientando e fiscalizando o uso da internet”, enfatizou a corporação. As investigações prosseguem, e novas prisões não estão descartadas.