PF faz desarticula quadrilha que traficava fósseis no Cariri

Estão sendo cumpridos pela PF 19 mandados judiciais no Ceará e no Rio de Janeiro

As peças fossilizadas estavam sendo contrabandeadas do Ceará para o Rio de Janeiro e Europa, segundo apurou a investigação da PF

22/10/20 8:02

Agentes da Polícia Federal deflagraram na manhã desta quinta-feira (22), na cidade de Juazeiro do Norte, na Região do Cariri (a 528Km de Fortaleza), a “Operação Santana Raptor”.  A ação policial decorre de um  investigação iniciada em 2017 e que resultou no Inquérito Policial que investiga esquema de tráfico de fósseis na Região da Chapada do Araripe, sul do Ceará.

 De acordo com a PF, estão sendo cumpridos 19 mandados judiciais de usca e apreensão, sendo 17 no Ceará (nos municípios de Santana do Cariri e Nova Olinda), e dois no Rio de Janeiro, em endereços dos investigados. São pessoas contra as quais constam fortes indícios que participação em uma organização criminosa que envolve empresários, servidores públicos, mineradores, pesquisadores e atravessadores de fósseis extraídos da Chapada do Araripe.

Até o momento, dois homens foram presos em flagrante com fósseis, em Santana do Cariri e Nova Olinda. A investigação aponta o primeiro preso como dos principais negociadores de fósseis no período investigado (2017-2020) e o segundo como responsável por receber valores do professor/pesquisador do Rio de Janeiro para coleta e guarda dos fósseis.

O esquema investigado consiste na extração ilegal de fósseis por parte de trabalhadores em pedreiras na região dos municípios de Nova Olinda/CE e Santana do Cariri/CE, com posterior comercialização criminosa desses bens da União. Há atuação de uma rede de empresários, servidores públicos e atravessadores que negociam fósseis raros da região, com indícios da prática ilícita por parte de professor/pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro/RJ, um dos alvos da operação, bem como outros pesquisadores nacionais e estrangeiros.

Cadeia

 Os investigados responderão, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de organização criminosa, usurpação de bem da União e crimes ambientais, previstos em leis federais,  com penas de até 16 anos de prisão. A apreensão realizada nos endereços objetiva elucidar a atuação dos investigados e de terceiros nos crimes, além de apreender os fósseis, com prisão em flagrante dos respectivos possuidores.

 A Polícia Federal ressalta que, em razão da situação de pandemia da COVID-19, foi planejada uma logística especial de prevenção ao contágio, com distribuição de EPIs a todos os envolvidos na missão, a fim de preservar a saúde dos policiais, testemunhas, investigados e seus familiares.

“Santana Raptor” remete ao gênero de dinossauro encontrado na região da Chapada do Araripe, onde são encontradas riquezas naturais em estado fóssil de 110 milhões de anos.

Veja mais fotos do material apreendido pela PF na operação:

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