A Polícia Federal (PF), em ação conjunta com instituições financeiras, entre elas, a Caixa Econômica Federal, deflagrou na manhã desta terça-feira (29), a Operação Mandacaru, visando desarticular uma organização criminosa, especializada em fraudes bancárias eletrônicas, voltadas no recebimento indevido do Auxílio Emergencial. As apurações foram iniciadas em 2020, e tiveram como ponto de partida a prisão de três indivíduos no município de Crateús, no interior do Ceará, flagrados portando aparelhos celulares, notebooks, cartões bancários e chips de operadoras, utilizados para o cometimento das fraudes. Nesta fase da operação, foram cumpridos 09 mandados de prisão preventiva, 19 mandados de busca e apreensão e 08 mandados de bloqueio de bens, todos expedidos pela Justiça Federal no Ceará. Além do Ceará as prisões ocorreram nos estados da Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo, onde também foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão.

Siga o canal do CN7 no WhatsApp

A partir da análise bancária realizada pela PF, ficou constatado que o grupo criminoso movimentou aproximadamente R$ 25 milhões em operações fraudulentas. Foram identificados ainda, mais de 70 processos de contestação relacionados a fraudes bancárias eletrônicas, a grande maioria contra a Caixa, resultando em um prejuízo estimado em R$ 224 mil. Além disso, foram identificados pagamentos de boletos fraudulentos que somam R$ 321.867,32, elevando o montante de fraudes apuradas para cerca de R$ 546.551,45. As investigações revelaram um esquema sofisticado de obtenção de dados pessoais de vítimas, abertura de contas digitais em nome de terceiros e realização de transferências fraudulentas. A partir da quebra de sigilos bancário e telemático, foi possível confirmar a existência da organização criminosa, que, após o fim do Auxílio Emergencial, expandiu suas atividades ilícitas para outras modalidades de fraude.

Siga o canal do CN7 no Telegram

Os principais integrantes foram identificados como operadores das fraudes e recrutadores de contas bancárias. Pessoas próximas e familiares eram utilizados como “laranjas” para dificultar a identificação dos reais beneficiários.

A operação foi batizada de Mandacaru em referência à planta típica da região Nordeste, símbolo de resistência e adaptação, refletindo o esforço contínuo da Polícia Federal no combate às fraudes e na proteção dos recursos públicos.