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PF deflagra operação de combate à organização criminosa internacional

Investigação começou a partir de informações de representantes de Portugal

27/06/2024 8:43

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira, 27 de junho de 2024, a Operação EUROGOLPES, com o objetivo de desarticular uma sofisticada organização criminosa internacional dedicada a fraudes bancárias de grande escala na Europa (Portugal e Espanha) e à lavagem de dinheiro no Brasil. Estão sendo cumpridos 8 mandados de busca e apreensão nos estados do Ceará, Espírito Santo, Goiás, Pernambuco e São Paulo, além de inúmeras outras medidas em desfavor de mais de 20 investigados, tais como o bloqueio de contas e bens.

Medidas de recolhimento de passaportes e proibição de deixar o país também foram impostas aos suspeitos. A investigação teve início a partir de informações fornecidas pelos representantes de Portugal e Espanha na EUROPOL (Agência da União Europeia para a Cooperação Policial), que repassaram os dados aos seus homólogos brasileiros nesta agência. Desde o início, foi identificada a transferência de fundos ilícitos para o Brasil, onde supostamente eram investidos em bens de alto valor, como imóveis e veículos de luxo, em uma tentativa de ocultar a origem criminosa dos recursos.

A Polícia Nacional da Espanha informou à Polícia Federal que cidadãos brasileiros estavam envolvidos na ativação de quantias significativas de uma espécie de cartão presente que pode ser convertido em Bitcoins, resultando em um prejuízo financeiro estimado de 1.190.000 euros somente naquele país.

Paralelamente, a Polícia Portuguesa, já realizou operação resultando em dezenas de buscas domiciliares e prisões preventivas contra 26 indivíduos, majoritariamente brasileiros, suspeitos de fraudes bancárias, causando um prejuízo estimado de 7 milhões de euros a clientes portugueses. As análises até o momento indicaram que o grupo criminoso identificado pela Polícia Espanhola está conectado ao grupo investigado pela Polícia Portuguesa. Utilizando-se da estrutura no Brasil, especialmente em São Paulo e no Ceará, a organização lavava os recursos ilícitos obtidos nos dois países.

Os investigados podem responder, em tese, pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa transnacional, sem prejuízo de outras implicações penais porventura verificadas no decorrer da investigação, podendo resultar em condenações de mais de 20 anos de prisão.

A operação de hoje é resultado da colaboração eficaz entre as autoridades brasileiras e internacionais, demonstrando a importância da atuação conjunta no combate às organizações criminosas que utilizam tecnologias avançadas para cometer crimes que ultrapassam as barreiras entre os países.

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