Empreendedores do setor têxtil querem fortalecer ambiente de negócios - Cn7 - Sem medo da notícia

Empreendedores do setor têxtil querem fortalecer ambiente de negócios

Mercado tem potencial para aumentar participação na balança comercial brasileira

Empreendedores do setor têxtil querem fortalecer ambiente de negócios

(Foto: reprodução)

28/11/2023 19:30

A Sudene apresentou o Estudo de Competitividade dos Setores Têxtil e de Confecção em sua área de atuação durante o 1º Encontro Regional dos Setores Têxtil e de Confecção, promovido nesta terça-feira (28), no município de Caruaru, interior de Pernambuco. A alta empregabilidade, especialmente das mulheres, o número de municípios envolvidos na cadeia produtiva e a participação no Produto Interno Bruto (PIB) são alguns dos elementos elencados na pesquisa.

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O estudo encomendado pela Sudene constatou que os setores têxtil e de confecções concentram 13% do total de empregos da indústria e 8,2% da remuneração média mensal. A força de trabalho é predominantemente feminina (52,7%), cuja variação média da remuneração é inferior a dos homens (-17,9%). A pesquisa é resultado de uma parceria da Autarquia com o Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e o Consórcio América de Fato. O estudo teve como principal escopo analisar os desafios, as potencialidades e as estratégias para aumentar a competitividade, ampliar a capacidade produtiva, o emprego e a geração de renda do setor.

Em relação a mercados, os setores têxtil e de confecções participou com 6% do valor gerado pela indústria brasileira em 2021. De acordo com o estudo, o Brasil não é exportador e a produção brasileira se volta ao mercado interno, concorrendo com a produção chinesa e asiática. Foi destacado que a partir de 2005, com a liberação do comércio e a formação da Cadeia Global de Vestuário, o Brasil – juntamente com a América Latina – tem reduzido a competitividade da indústria têxtil e de confecções. O cenário traz desafios a serem vencidos, a exemplo do elevado grau de protecionismo, quando comparado à média mundial; estrutura setorial pouco integrada à cadeia global de produção; e poucos acordos comerciais com o restante do mundo.

As feiras realizadas pelos setores foram consideradas importantes para possibilitar o acesso a mercados a pequenos produtores. Outra constatação do estudo é que "as feiras de maior sucesso criaram uma referência regional que atrai compradores (pequeno varejo e atacado), diminuindo o custo de distribuição". Por outro lado, elas estão sendo desafiadas a melhorar a infraestrutura e a articular o comércio digital com o presencial, vencendo a reduzida capacitação dos produtores para participação no comércio eletrônico.

Sobre crédito e financiamento, foi apontado pelo estudo que há oferta de crédito subsidiado e direcionado, mas o custo é muito elevado, principalmente para pequenos empreendimentos. Outra informação levantada é que existe financiamento próprio das empresas que atrela investimento à disponibilidade de recursos da empresa e anula o papel de alavancagem do crescimento em conjunturas desfavoráveis. Quanto as fintechs, elas se apresentam como tendência para agilizar e reduzir os custos de transação do crédito.

No quesito inovação e evolução tecnológica dos setores, ficou evidenciada uma reduzida cooperação entre elos da cadeia e área de conhecimento, além de um baixo acesso a políticas públicas de apoio e incentivo à inovação no triênio 2015 a 2017 (dados do IBGE, Pintec). Um ponto levantado é que a inovação tecnológica é essencialmente incremental, com atualização regular do parque de máquinas e tendo como referência a tecnologia usada no mercado nacional. O financiamento da inovação é feito, em sua maioria, com recursos das próprias empresas (têxtil 98,9% e confecções 92,9%, maior que o da indústria da transformação). As microempresas têm maior dificuldade para acompanhar evolução tecnológica, mesmo sendo tecnologia incremental, especialmente devido ao custo e ritmo acelerado da inovação.

A governança conta com diversas iniciativas em nível regional, como o Projeto Nordeste Forte; Mais RN; NTCPE; Observatório da Indústria/CE; Rotas Estratégicas para a Indústria 2035/ES. Quanto à representação por parte de federações, sindicatos e Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT), ela está mais ligada às grandes empresas e a sua pauta de demandas. Foi apurado, ainda, que é reduzida a participação, a integração e a cooperação entre as empresas dos setores.

A pesquisa levantou, entre os participantes, os fatores de sucesso para as empresas nos próximos anos e ficou em primeiro lugar o ambiente de negócio favorável (79%), vindo em seguida colaboradores capacitados ((64,7%), acesso a financiamento e incentivos (62,7%), utilização de tecnologias e inovação (58,1%), boas práticas ambientais (51,8%), logística mais eficiente (49,9%), produtos diferenciados (45,9%), certificações técnicas (42,4%), plataformas de e-commerce (36,7%) e preços competitivos (36,7%).

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Em linhas gerais, os principais desafios enfrentados pelo setor são aumento da concorrência com produtos importados; limitada governança econômica; reduzida cooperação e integração entre as empresas; crédito com custo elevado; investimento reduzido; parcela significativa do setor concorrendo no padrão de competição de preço, em posição desvantajosa; custos e burocracia para vendas fora do mercado regional.

A pesquisa é resultado de uma parceria da Autarquia com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e o Consórcio América de Fato. O estudo teve como principal escopo analisar os desafios, as potencialidades e as estratégias para aumentar a competitividade, ampliar a capacidade produtiva, o emprego e a geração de renda do setor.

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