Operação aponta relação de ex-Timbalada com venda de sentenças

Caso que aconteceu na Bahia tem semelhança com esquema descoberto no Ceará

Amanda Santiago

23/02/21 8:18

A Operação Faroeste, do Ministério Público Federal e Polícia Federal, investiga venda de decisões judiciais por meio de advogados que operavam para interessados. A foco é na Bahia e as informações foram divulgadas nesta terça-feira (23) na Folha de S. Paulo. Mesmo esquema foi constatado no Ceará, com a Operação Expresso 150, que culminou na prisão do ex-desembargador Carlos Feitosa.

O mais curioso na Bahia é que até a ex-cantora do grupo Timbalada Amanda Santiago está envolvida. Segundo a matéria, a cantora é filha da desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago, que está presa desde 2019. Em dezembro, ela também foi alvo de busca e apreensão no âmbito da Operação Faroeste.

Amanda, segundo as investigações, é suspeita de ser receptora de recursos ilegais destinados à desembargadora, que é ex-presidente do Tribunal de Justiça da Bahia. O Ministério Público Federal diz que Socorro usava suas filhas “como vias de captação de vantagens indevidas, demonstrando preocupação com a incorporação de bens em seu nome”.

Os investigadores usam, para provar isso, relatórios financeiros, trocas de mensagens em aplicativos de celular e informações sobre ligações telefônicas trocadas com outros suspeitos.

Segundo relatório do Coaf (órgão federal de inteligência financeira), Amanda Santiago teve movimentações suspeitas de aproximadamente R$ 8 milhões “numa conjuntura de absoluta incompatibilidade financeira, visto que sua renda declarada é de R$ 1.000”.

Entenda

Amanda esteve na linha de frente da Timbalada entre 1999 e 2007, e dividiu os vocais com cantores como Ninha e Denny. Depois que deixou a banda, ainda seguiu por um tempo em carreira solo.

Logo após ser alvo de operação, no ano passado, disse em vídeo que iria provar a sua inocência.

“A minha família é inocente, eu sou inocente, minha mãe é inocente. Eu digo isso porque minha mãe já está numa preventiva há mais de um ano e já apresentamos provas e perícias para provar a inocência dela e a minha impressão é a de que não estamos sendo ouvidos”, disse Amanda.

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