Ônibus param de circular na zona Oeste da Capital diante da ameaça de atentados

Um ônibus foi apedrejado na manhã de segunda-feira e bandidos ameaçaram incendiá-lo

04/10/17 10:16

Os moradores dos bairros Pirambu, Barra do Ceará, Cristo Redentor e Colônia foram surpreendidos, na manhã desta quarta-feira (4), com a falta de ônibus. Milhares de trabalhadores e estudantes que aguardavam os coletivos em paradas nas avenidas Vila do Mar, Senador Robert Kennedy e Doutor Theberge, além das dezenas de ruas secundárias, foram avisados de que os coletivos não iriam entrar nos bairros por conta da ameaça de serem incendiados pelos criminosos.

Este é o terceiro dia de turbulência, medo e transtornos para os moradores daquela região da zona Oeste de Fortaleza. Desde a madrugada de segunda-feira, o cenário nas ruas dos quatro bairros é de violência, com toque de recolher, barricadas, tiroteios, assassinatos e incêndios de veículos e equipamentos urbanos.

Na última segunda-feira (2), bandidos apedrejaram e tentaram incendiar um ônibus e também queimaram um Ecoponto da Prefeitura de Fortaleza no Pirambu. Na terça-feira, o alvo dos criminosos foi um caminhão de entregas, incendiado na Rua Nossa Senhora das Graças, no mesmo bairro. Nesta manhã de quarta-feira, a surpresa para os moradores da região foi a retirada dos ônibus. Quem estava nos pontos de parada foi avisado por equipes do Sindiônibus que teriam que seguir à pé até a Avenida Leste-Oeste para poder ter acesso aos coletivos.

Sem aulas e sem ônibus

A situação que já era de violência no Pirambu se agravou desde a noite do último domingo, quando um homem foi morto pela Polícia no momento em que as autoridades tantavam acabar com um “pancadão” ou “Baile da Favela” que acontecia na comunidade conhecida como Caldeirão, uma festa com carros de som nas ruas do bairro. Houve confusão na chegada da Polícia e tiros. Um homem que seria traficante de drogas foi baleado e morto, sendo identificado como Abraão. Já os moradores contestam a informação e dizem que a vítima era um cidadão, pescador que morava na Rua Rio Nilo.

Na semana passada, o alvo da violência foram as escolas públicas, que tiveram que suspender as aulas diante da boataria que se espalhou dando conta de que as unidades seriam invadidas pelas facções. Em uma delas, segundo confirmou a PM, bandidos entraram  nas salas de aula e fizeram ameaças, mas fugiram antes da chegada de patrulhas da 3ª Companhia do 5º BPM (Cristo Redentor). Agora, o alvo da bandidagem são os coletivos.

Mesmo diante de tão grave cenário, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) não se pronunciou, ainda, sobre o assunto, nem outro órgão do governo.

O presidente do Sindicato dos Motoristas (Sintro), Domingo Neto, informou que não recebeu nenhuma informação oficial sobre a retirada dos ônibus dos bairros da zona oeste.  Já o Sindicato das empresas de ônibus (Sindiônibus) ainda não se manifestou sobre o assunto.

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