A tensão entre o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e produtores do agronegócio cearense resultou em um confronto no perímetro irrigado Tabuleiro de Russas, em Limoeiro do Norte, na madrugada desta quinta (13). O embate ocorreu após uma tentativa de ocupação da área por integrantes do MST, que foi impedida pelos agricultores locais.

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Durante o conflito, os produtores rurais cercaram os manifestantes do MST com um comboio de tratores.

O MST reivindica 2 mil hectares do projeto administrado pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) para assentamento. Segundo o MST, a área estaria abandonada há 17 anos.

De acordo com relatos, a situação chegou a um ponto crítico, com risco de escalada da violência. Diante do impasse, vários órgãos enviaram representantes para mediar o conflito, dentre eles Dnocs, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Secretaria de Articulação Comunitária e Secretária de Articulação Política do Governo do Estado, Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), Instituto do Desenvolvimento Agrário do Ceará (Idace) e Defensoria Pública do Estado.

As polícias Civil (PCCE) e Militar (PMCE) também foram acionadas para intermediar um acordo entre as partes e evitar novos confrontos. "A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informa que equipes da Polícia Militar do Ceará (PMCE) e da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) foram acionadas, nesta sexta-feira (14), para uma situação envolvendo produtores e agricultores em Tabuleiro de Russas, no município de Limoeiro do Norte. Na ocasião, os grupos foram dispersos sem registro de tumulto e sem prisões", informou por meio de nota.

Em reunião com as mulheres Sem Terra e o MST, os representantes do Dnocs e do Incra manifestaram disponibilidade para discutir a desafetação de áreas do perímetro irrigado para a reforma agrária. Segundo o deputado estadual Missias Dias (PT), existe um pedido de informações feito pelo governador Elmano de Freitas para o Dnocs sobre quantos hectares encontram-se inoperantes e desocupados. Há uma estimativa que sejam mais de 50%. Outra reunião está marcada para a próxima quinta-feira (20) para tratar as demandas levantadas pelo acampamento.

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Diante da tensão, da promessa de reforma agrária e dos acordos firmados as 200 famílias decidiram desocupar a área.

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