MPCE denuncia ex-prefeito, ex-secretário e empresários em Caucaia
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MPCE denuncia ex-prefeito, ex-secretário e empresários em Caucaia

Crimes teriam sido cometidos entre os anos de 2009 e 2016

(Foto: divulgação/MPCE)

18/03/2024 12:00

O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), denunciou o ex-prefeito de Caucaia, Washington Góis, o ex-secretário de Infraestrutura da cidade, Fernando Cardoso, e os empresários Marcos Alexandre Veiga e José Marques Feitosa Neto por supostos desvios de recursos públicos, fraude em licitação, peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Os crimes teriam sido cometidos entre os anos de 2009 e 2016, quando Washington Góis era prefeito de Caucaia. A denúncia do MPCE foi recebida pela 2° Vara Criminal da comarca.

Conforme investigação do Gaeco, a organização criminosa, composta pelas empresas Placitude, Mixserv e outras ligadas a estas, atuava em contratações feitas pela Prefeitura de Caucaia para a execução de obras públicas na cidade. De 2009 a 2016, a Placitude teria vencido 72 processos licitatórios, tendo recebido, no período, aproximadamente R$ 104 milhões dos cofres públicos da cidade.

O proprietário da Placitude, Marcos Alexandre Veiga, chegou a ser nomeado chefe de Gabinete em 2011. No cargo, a Placitude, a Mixserv e outros empreendimentos de fachada ligados a ele teriam continuado, com anuência de Washington, a fraudar licitações, desviar recursos públicos e cometer outros delitos. Para evitar a descoberta do esquema criminoso, a Placitude e a Mixserv – esta uma empresa de fachada e diretamente ligada à Placitude – eram representadas por outras pessoas, as quais se beneficiaram do esquema criminoso a partir do recebimento de pagamentos feitos por Marcos Veiga.

Os crimes também teriam sido cometidos graças à atuação de Fernando Cardoso, sócio da Placitude que representava a empresa nos contratos com a Prefeitura, e José Marques Feitosa Neto, então secretário de Infraestrutura de Caucaia, que realizou pagamentos a Mixserv, mesmo ciente de que a empresa não detinha condições para a realização das obras.

A investigação do MPCE ainda apontou que o ex-prefeito Washington Góis foi beneficiado pelo esquema criminoso ao ter recebido três casas construídas pela Placitude, avaliadas em R$ 3 milhões cada. O ex-gestor ainda teria recebido joias avaliadas em R$ 17 mil e R$ 20 mil, as quais teriam sido pagas por pessoas ligadas ao esquema criminoso.

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