Justiça julga criminosos que sequestraram, torturaram e decapitaram garotas no mangue

Crime brutal foi filmado pelos assassinos e imagens postadas nas redes sociais

As três jovens tiveram sues corpos mutilados e jogados no mangue do Rio Ceará

26/02/19 12:13

Um dos crimes mais brutais ocorridos no Ceará no ano passado  terá seus autores julgados  nesta quarta-feira (27) pela Justiça do Ceará. O caso envolveu membros de uma facção criminosa que atuava na zona Oeste de Fortaleza.  Três jovens foram seqüestradas, espancadas, torturas, esquartejadas vivas, degoladas e pedaços humanos atirados na lama.

Na manhã do dia 2 de março de 2018, as três garotas que haviam sido seqüestradas em uma residência na Barra do Ceará, foram  levadas até o mangue do Rio Ceará, no bairro Vila Velha, e mortas de forma cruel. Segundo atestaram os laudos da Perícia Forense do Ceará (Pefoce), as vítimas foram torturadas, tiveram  mãos, braços e pernas cortadas com golpes de facão quando ainda estavam vivas, e, em seguida, decapitadas. Para completar as cenas de barbárie, os assassinos atiraram as cabeças das vítimas nas águas do mangue.  Tudo foi filmado pelos próprios assassinos e os vídeos postados nas redes sociais.

O julgamento dos  assassinos de Darcyelle Ancelmo de Alencar, Nara Aline Mota e Ingrid Teixeira Ferreira acontecerá no Fórum Clóvis Beviláqua, a partir das 9 horas. Os seis réus são: Francisco Robson de Souza Gomes, o “Mitol”; Bruno Araújo de Oliveira 25 anos, o “Biloco”;  Jeilson Lopes Pires, 22 anos (responsável pela filmagem do crime); Jonathan Lopes Clemente, 19 anos, conhecido por “Dioninha”; Júlio César Clemente Silva, 30 anos, o “Léo Bifão”;  e Rogério Araújo de Freitas, 27 anos, o “Chocolate”.  Todos foram denunciados pelo Ministério Público Estadual, através da 12ª Promotoria de Fortaleza e serão julgados na 3ª Vara do Júri da Capital.

O bandido conhecido por “Mitol” é apontado como o mandante do triplo assassinato. Ele é presidiário e teria ordenado a morte das três jovens mesmo estando atrás das grades em um presídio da Grande Fortaleza.  Acusado de tráfico de drogas e de ser integrante da facção Guardiões do Estado (GDE), ele teria se comunicado com os comparsas através de um celular. Suas ordens foram cumpridas fielmente pelos demais denunciados.

Ordem partiu do presídio

A ordem de “Mitol” era para matar Nara Aline, que seria integrante da facção rival à GDE, o Comando Vermelho (CV). As outras garotas também foram mortas apenas por estarem na companhia de Aline, em sua residência. Seria uma queima de arquivo.

De acordo com o Ministério Público, Nara e Ingrid foram decapitadas ainda vivas. Nara teve também um dos braços e os dedos cortados. Já Darcielle foi degolada depois de levar um tiro. As três tiveram as cabeças separadas do restante do corpo e jogadas no lamaçal do mangue da Vila Velha. Os restos mortais só foram encontrados quase uma semana depois, num trabalho de buscas que levou horas, mobilizando policiais civis e militares e o Corpo de Bombeiros Militar.

Segundo a investigação do DHPP, as cenas brutais de terror e sadismo foram gravadas por ordem de “Mitol”. Ele teria ordenado que fosse feitas “cenas de terror islâmico”,  aponta a denúncia do MP.  O mandante da chacina foi levado, recentemente, para o Presídio Federal de Segurança Máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte, mas deverá ser trazido à Fortaleza para o julgamento.

A quadrilha vai ser responsabilizada por triplo homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, meio cruel e que impossibilitou a defesa das vítimas), destruição e ocultação de cadáver, participação em organização criminosa, tortura e porte ilegal de armas de fogo.

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