A Justiça condenou o professor Neilton Gomes da Silva Melo a 414 anos e 3 meses de prisão por ameaçar e estuprar 15 crianças e adolescentes, com idades entre 8 e 13 anos, em Sobral. A sentença é resultado do trabalho realizado pela 6ª Promotoria de Justiça de Sobral, que denunciou o homem que atuava como professor em uma escolinha de futebol localizada no bairro Sinhá Sabóia e utilizava o estabelecimento para atrair alunos, que posteriormente viravam vítimas de abuso sexual. O réu está preso desde o início das investigações.

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Segundo o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), o réu teria começado a dar aulas na escolinha em junho de 2023 e que se responsabilizava por buscar e deixar os alunos nas próprias residências. O agressor gostava de ser chamado de "padrinho" e levava os meninos para passeios em shoppings, banhos e até para a casa dele, locais onde cometia os atos de violência sexual contra as crianças e os adolescentes. As mães confiavam no homem por ele ser professor da escolinha. Os relatos coletados durante a investigação demonstram ainda que ele criou um "programa de pontos" que atribuía a atos sexuais, oferecendo premiações em troca dos abusos, como celulares, bicicletas e lanches.

A denúncia do MPCE relata ainda que o acusado era professor de futebol de todas as vítimas e tinha plena consciência de que eram menores de idade, mas, mesmo assim, aproveitava-se de momentos em que ficava com eles a sós, ou na presença uns dos outros, para praticar diversas vezes os abusos, ainda atribuindo-lhes recompensas pela prática ou permissão dos atos. Segundo a Promotoria de Justiça, algumas vítimas chegaram a receber ameaças de morte aos familiares caso contassem sobre os abusos.

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"A 6ª Promotoria de Justiça de Sobral realizou a escuta das mães das vítimas na sede da Promotoria. Com isso, conseguiu identificar mais cinco casos de estupro de vulnerável em que o réu foi autor. Foi a atuação humanizada e resolutiva do MP do Ceará que resultou na condenação do réu a mais de 400 anos de prisão", detalha o promotor de Justiça, Rodrigo Calzavara, que era o então titular da 6ª Promotoria de Justiça de Sobral durante todo o processo criminal.