Suposta ficha criminal de vendedor agredido circula na internet para desqualificá-lo

O vendedor de picolés tem passagens pela Polícia e pelo Sistema Penitenciário

25/04/17 13:19

Após a divulgação das imagens de um vendedor de picolés sendo agredido por seguranças da barraca Crocobeach, na Praia do Futuro, em Fortaleza, está circulando nas redes sociais uma suposta ficha criminal dele. Caso seja verdadeiramente o homem, ele já responde a, pelo menos, sete crimes. Muitos acreditam ser uma estratégia dos agressores ou do dono do estabelecimento para desqualificar o agredido.

A ficha criminal divulgada é de Manuel Alves dos Santos Junior, um ex-presidiário, que reside na Avenida Zezé Diogo, no mesmo bairro onde aconteceram as agressões no fim de semana passado. No documento, consta a ocorrência de, pelo menos, dois casos de assaltos (roubos), um de furto, além de resistência à prisão, injúria  e também crime de ameaça.  Mesmo com a ficha de crimes, ele já teria cumprido o que devia à Justiça e trabalha, atualmente, como vendedor de picolés na praia.

Entenda

As agressões ocorreram conforme o relato de testemunhas e postagens nas redes sociais, na Barraca Crocobeach. A filmagem mostra o momento em que o vendedor é enxotado da barraca. Ele resiste e alega que está apenas trabalhando, quando, então, é agredido fisicamente e fica caído na areia, sendo aparado por uma mulher, que seria, supostamente, sua companheira.

Ação Civil

Em nota, a Barraca Crocobeach informou que a direção do estabelecimento foi surpreendida com a ação dos seus seguranças e que já tomou providências acerca do fato, ficando à disposição das autoridades para esclarecer o fato.

Entretanto, na Justiça Federal tramita uma Ação Civil Pública (ACP), em que o Ministério Público Federal  (MPF-CE) fez  uma representação contra o dono da barraca, Argemiro Guidolin Filho. Ele é acusado de  crime ambiental e, ainda, de proibir a circulação de vendedores ambulantes na faixa de praia onde está o estabelecimento. A ação revela, ainda, que as agressões a ambulantes são constantes. O juiz federal que está à frente do processo determinou uma multa diária de R$ 5 mil em caso de novos episódios como aqueles narrados no processo.

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